Profissionais de saúde defendem regulação nas redes sociais para evitar desinformação e linguagem inebriante que promovem conceitos infundados e tratamentos irracionais.
Com o advento da internet, a Medicina experimentou uma série de avanços significativos, especialmente na disseminação do conhecimento. No entanto, a euforia inicial em relação ao acesso amplo e rápido às informações foi gradualmente substituída por preocupações sobre a qualidade, a transparência e os interesses ocultos das fake news que se espalharam pela rede.
Hoje em dia, é comum encontrar notícias falsas e informações enganosas que podem levar a uma desinformação generalizada. Isso é especialmente preocupante no contexto da saúde, onde a precisão e a confiabilidade das informações são fundamentais para a tomada de decisões informadas. A propagação de fake news pode ter consequências graves, como a disseminação de teorias da conspiração e a perda de confiança nas instituições de saúde. É fundamental que os profissionais de saúde estejam preparados para lidar com essas situações e promover a veracidade das informações.
Desinformação em Saúde: O Avanço das Fake News
A proliferação de notícias falsas sobre saúde humana tem sido alarmante, acompanhada pelo surgimento de modismos e falsas especialidades médicas que difundem conceitos infundados, ferindo a farmacologia e a fisiologia. Essas informações enganosas se adaptaram a uma linguagem inebriante e superficial, própria da comunicação em massa. O resultado é o adoecimento por desinformação, cujas consequências são desastrosas.
Cada especialidade fake que surge na internet espalha informações enganosas para atrair pacientes desavisados e vender tratamentos não científicos. O comércio de suplementos alimentares fúteis disparou, e as prescrições de fórmulas fitoterápicas perigosas cresceram assustadoramente. A proliferação de supostos especialistas tornou-se uma constante.
A Internet como Fonte de Confusão e Adoecimento
A internet, que deveria trazer mais equidade de acesso à informação, passou a ser fonte de confusão e adoecimento. A chegada das redes sociais, revolucionária na ciência da comunicação, transformou-se numa ameaça sem precedentes para a ciência médica. Ela pode disseminar conceitos e tratamentos infundados com mais velocidade e usa técnicas refinadas de comunicação em massa.
A desfaçatez da autopropaganda de profissionais que se intitulam especialistas em áreas que sequer existem passou a ser o novo normal. Profissionais sem registros de especialidades nos conselhos de medicina e de outras profissões passaram a ser reconhecidos como porta-vozes das mais bizarras pseudoespecialidades. Além do dano ao cidadão, o sistema público e privado de saúde também sofre pelas solicitações de exames desnecessários e pelo custo do tratamento dos maleficiados por essas práticas.
A Covid-19 e a Propagação de Fake News
A chegada da covid-19, no seu desespero inicial, fertilizou terreno para algo tão nefasto quanto a inidoneidade anteriormente citada. Surgia uma medicina ideologizada e comandada por uma plêiade de espalhadores de fake news que, além de tratamentos irracionais, orquestraram uma campanha antivacina. A princípio, mirava a covid-19, mas fragmentos da sua artilharia acertaram outras doenças preveníveis. Já estávamos livres de algumas delas que, agora, ameaçam retorno.
As fórmulas emagrecedoras, as receitas termogênicas, os shots detox passaram a fazer parte do dia a dia de muitas pessoas inocentes. Cada prescritor tem a sua caríssima formulação, geralmente encaminhada para uma farmácia de estimação. Algo que soa estranho no quesito transparência. Os anabolizantes passaram a ser prescritos sem dó, sempre justificados com falsos conceitos de reposição hormonal e sonegando os riscos em médio e longo prazo aos pacientes.
Consultórios como Oráculos da Beleza
Consultórios se transformaram em oráculos da beleza sob um lucrativo comércio, in loco, de terapêuticas sem evidências, ao arrepio do código de ética médica e sob o manto do ‘conflito de interesses’. Um bilionário negócio em saúde emergiu para afrontar a ciência, a desinformação e as notícias falsas se tornaram uma ameaça constante à saúde pública.
Fonte: @ Veja Abril
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