Aumento do risco em torno do Assaí, diz Goldman Sachs, devido à disputa tributária federal e passivos compartilhados.
O Assaí enfrentava uma queda significativa em suas ações, com uma perda de 5,05% para R$ 7,71, na manhã de segunda-feira (30). Esse movimento refletia a volatilidade do mercado, que afetava várias empresas do setor.
No entanto, o Assaí não era o único a sofrer com a instabilidade do mercado. A empresa GPA também registrava uma queda de 3,51% em seus papéis, fechando em R$ 2,75 no mesmo horário. Essa tendência de queda nas ações da companhia refletia a incerteza dos investidores em relação ao futuro da empresa. A situação era preocupante para os acionistas.
Assaí: Risco de Contingências Tributárias
A Receita Federal determinou o arrolamento de ativos do Assaí no valor de R$ 1,27 bilhão devido a contingências tributárias em discussão do GPA, empresa que tinha a Sendas Distribuidora (Assaí) como subsidiária até o fim de 2020. Esse movimento pode afetar as ações do Assaí? Os analistas têm opiniões divergentes sobre o assunto.
A disputa entre o GPA e a Receita Federal já dura mais de dez anos, e a parte que envolve o Assaí corresponde a cerca de 10% do total. Isso cria chances de a empresa conseguir excluir sua solidariedade do caso, segundo o J.P. Morgan. No entanto, os analistas liderados por Joseph Giordano alertam que o mero arrolamento de bens não implica em consequências reais ao Assaí, mas as ações da empresa devem ficar voláteis até que o risco seja precificado pelos investidores.
O risco deriva do fato de o GPA não ter dinheiro em caixa suficiente para arcar com a disputa com a Receita Federal. Caso o Assaí não consiga se dissociar, poderá ter que pagar o valor de forma solidária. O J.P. Morgan tem recomendações neutra para Assaí, com preço-alvo em R$ 11,50, e GPA, sem estabelecer preço-alvo.
Impactos Possíveis nas Ações do Assaí
A percepção de risco em torno das ações do Assaí pode aumentar com o arrolamento de R$ 1,3 bilhão em bens imobiliários anunciados pela Receita Federal, segundo o Goldman Sachs. Os analistas Irma Sgarz e Felipe Rached escrevem que não há como fazer avaliação dos possíveis impactos para a companhia neste primeiro momento, uma vez que a decisão é apenas administrativa e passível de vários recursos.
No pior cenário possível, o Assaí pode ter que fechar um acordo com a Receita Federal, mas o GPA teria que compensar a companhia em decorrência do acordo de não compartilhamento de passivos assinado em 2020. O Goldman Sachs tem recomendação de compra para Assaí, com preço-alvo em R$ 12, potencial de alta de 47,8% sobre o fechamento de sexta-feira (27).
O Bradesco BBI também analisou o caso e afirma que as ações do Assaí podem sofrer volatilidade com os ruídos envolvendo o arrolamento de R$ 1,3 bilhão em bens imobiliários pela Receita Federal, mas não deve ter efeitos na companhia no curto prazo. Os analistas Pedro Pinto e João Andrade escrevem que a decisão aumenta incertezas sobre as contingências do Assaí e a validade do acordo de não compartilhamento de passivos assinado com o GPA em 2020.
Como tais processos levam anos para serem resolvidos, a companhia não terá que realizar nenhum provisionamento agora e terá que fazê-lo apenas se perder o recurso onde argumenta que não tem responsabilidade solidária no caso. O Bradesco BBI tem recomendação de compra para Assaí, com preço-alvo em R$ 18, potencial de alta de 121,7% sobre o fechamento de sexta-feira (27).
Fonte: @ Valor Invest Globo
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