Mulheres com mais de 65 anos são mais afetadas pelo aumento na mortalidade por câncer de mama; fatores como envelhecimento populacional e diagnóstico tardio explicam o cenário preocupante.
O câncer de mama é uma doença que afeta milhares de mulheres em todo o mundo, sendo considerado um dos tipos mais comuns de câncer. No Brasil, a taxa de mortalidade por câncer de mama apresentou um aumento significativo nos últimos anos, conforme levantamento da Umane.
Os tumores de mama podem se desenvolver de forma silenciosa, por isso é fundamental a realização de exames preventivos e acompanhamento médico regular para detectar possíveis alterações precocemente. A conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce é essencial para o tratamento eficaz do câncer de mama, garantindo melhores prognósticos e qualidade de vida para as pacientes.
Levantamento da Umane destaca aumento na incidência de câncer de mama
De acordo com dados do Sistema de Informações da Mortalidade (SIM/SUS), a taxa de mortes por câncer de mama subiu de 9,4 por 100 mil habitantes em 2000 para 17,5 em 2022. Essa análise revelou que o crescimento da mortalidade em decorrência da doença foi observado em todas as faixas etárias acima de 35 anos, com ênfase para mulheres acima de 65 anos, representando 179% dos registros.
Além disso, houve um aumento de 140% entre mulheres de 55 a 64 anos, seguido por 81% na faixa etária de 45 a 54 anos e 72% entre aquelas de 35 a 44 anos. Segundo especialistas, esses números não podem ser atribuídos a um único fator, mas sim a uma série de elementos interligados.
Obesidade e aspectos ambientais influenciam na incidência do câncer de mama
Mudanças na pirâmide etária e o aumento da obesidade têm sido apontados como fatores contribuintes para o aumento no diagnóstico de câncer de mama. Com o envelhecimento populacional e o crescimento na incidência de obesidade, o risco de desenvolver a doença também aumenta.
A doutora Maira Caleffi destaca que o aumento no diagnóstico de câncer está relacionado ao envelhecimento, tornando as células mais suscetíveis a mutações. A obesidade, que afeta 1 bilhão de pessoas globalmente, é considerada um fator de risco devido à secreção de substâncias inflamatórias que estimulam a multiplicação celular.
Aspectos genéticos e ambientais também influenciam no desenvolvimento da doença
O médico Luis Eduardo Werneck ressalta que fatores genéticos e ambientais podem desencadear o desenvolvimento de células cancerígenas. Os genes normalmente atuam como ‘guardiões do DNA’, mas fatores como má alimentação, sedentarismo e tabagismo podem interferir nesse processo.
Com o avanço das décadas, a interação com fatores ambientais se torna mais desfavorável, contribuindo para o aumento da mortalidade por câncer de mama. O diagnóstico precoce é fundamental para a cura da doença.
Importância da detecção precoce e acesso a tratamentos adequados
A mastologista Fabiana Makdissi destaca que o câncer de mama é 100% curável quando detectado precocemente. No entanto, muitas mulheres só descobrem a doença em estágios avançados, o que impacta no prognóstico.
É fundamental investir em métodos de rastreamento, como a mamografia, para identificar precocemente casos da doença. O diagnóstico precoce pode salvar vidas e garantir melhores desfechos no tratamento do câncer de mama.
Determinantes sociais e acesso aos serviços de saúde influenciam nas taxas de mortalidade
Estudos têm mostrado que mulheres com menor nível de escolaridade apresentam maiores taxas de mortalidade por câncer de mama. A falta de acesso a serviços de saúde e exames de rastreio é um fator que contribui para esses índices.
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem um papel importante na oferta de tratamentos, mas a qualidade e acesso aos serviços ainda são desafios. As disparidades entre o SUS e redes particulares podem impactar no tratamento do câncer em estágios avançados.
Fonte: @ Estadão
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