Avaliação de ativos e empresas envolve estrutura de capital, impostos e fluxo de caixa constante, considerando balanço patrimonial e impacto sobre o valor.
No contexto da avaliação de empresas, o WACC (Custo Médio Ponderado de Capital) é um conceito fundamental para entender como as empresas são valorizadas. Neste artigo, vamos explorar como o WACC pode ser utilizado para realizar uma avaliação mais precisa da valoração de uma empresa.
Para calcular o WACC, é necessário considerar o custo de capital, que é o retorno que os investidores esperam receber em troca do risco de investir em uma empresa. A avaliação via WACC leva em conta o custo de capital, bem como a estrutura de capital da empresa, para determinar o valor justo da empresa. Avaliar uma empresa com precisão é fundamental para tomar decisões informadas. Além disso, a valoração de uma empresa pode ser influenciada por vários fatores, incluindo o risco de mercado, o risco de crédito e o risco operacional. Entender esses fatores é crucial para realizar uma avaliação precisa.
Entendendo o WACC e sua Aplicação na Avaliação de Empresas
Ao analisar uma empresa em ‘voo de cruzeiro’, com ativos que geram um fluxo constante de R$ 400 milhões ao ano antes do pagamento de impostos e juros, é fundamental considerar a estrutura de capital e o custo de capital. Neste caso, a empresa tem uma estrutura de capital 50% financiada por dívidas e 50% por capital próprio, com uma alíquota total de impostos sobre o lucro de 34% e uma taxa de juros de 10% ao ano.
O mercado avalia que a empresa valha R$ 2 bilhões, e é importante analisar como os fluxos de caixa e as contas são afetados por essa estrutura de capital. A figura abaixo representa o balanço patrimonial clássico da empresa, com valores em milhões de reais.
Sobre os R$ 400 milhões gerados pelos ativos, incidirão 34% de impostos, totalizando R$ 136 milhões. No entanto, os juros pagos aos credores reduzem essa base fiscal, gerando uma renúncia de imposto por parte do governo. Como a empresa vale R$ 2 bilhões e sua estrutura de capital indica 50% de dívida, conclui-se que esta equivale a R$ 1 bilhão.
Os credores exigem 10% de juros, totalizando R$ 100 milhões por ano. Desse valor, 34% (alíquota de imposto) são pagos pela renúncia fiscal, totalizando R$ 34 milhões. Em consequência, restam R$ 66 milhões a pagar.
O fluxo de caixa líquido dos ativos é, então, igual a R$ 264 milhões (R$ 400 milhões menos os impostos teóricos, ou seja, antes do benefício fiscal dos juros da dívida). Este é o valor fundamental para ser utilizado em um valuation via WACC.
Deste montante, R$ 66 milhões são pagos aos credores, restando, portanto, R$ 198 milhões aos acionistas. Daí, conclui-se que o custo de capital próprio (isto é, a remuneração do acionista) é 19,8% ao ano (R$ 198 milhões recebidos divididos pelo capital próprio de R$ 1 bilhão).
Calculando o WACC e sua Aplicação na Avaliação de Empresas
O WACC pode ser calculado como segue:
O WACC é fundamental para a avaliação de empresas, pois permite calcular o valor da empresa com base no fluxo de caixa líquido dos ativos e no custo de capital. Sob a importante (e didática) hipótese de ‘voo de cruzeiro’, a valoração se dá pela fórmula da perpetuidade, que é exposta a seguir:
A conta fechou! Claro, como deveria ser. Mas quero seguir adiante.
Sob as premissas com as quais estamos trabalhando, Modigliani e Miller demonstraram a fórmula a seguir para o custo de capital próprio do acionista:
R0 é o custo de capital dos ativos de uma empresa desalavancada, ou seja, totalmente financiada por capital próprio (i.e., com zero dívidas). Esse custo pode ser considerado puro, pois isola o valor dos ativos em si, sem a influência da estrutura de capital da empresa.
Essa fórmula é bem interessante e já foi utilizada para determinar o custo de capital próprio de empresas em diferentes setores. Além disso, o WACC é fundamental para a avaliação de empresas, pois permite calcular o valor da empresa com base no fluxo de caixa líquido dos ativos e no custo de capital.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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