Narayana Murthy, cofundador da Infosys, trabalhava 14 horas/dia, 6 dias/semana, afetando sua vida pessoal e saúde mental, na Índia.
O bilionário indiano Narayana Murthy, sogro do ex-primeiro-ministro britânico Rishi Sunak e cofundador da gigante de tecnologia Infosys, gerou polêmica ao defender que os jovens deveriam dedicar 70 horas por semana ao trabalho. Essa afirmação levanta questionamentos sobre a importância do trabalho na vida dos jovens e como ele pode afetar sua saúde mental e física.
Para Murthy, o sucesso na carreira depende da quantidade de tempo e esforço dedicados ao trabalho. Ele acredita que os jovens devem estar preparados para fazer sacrifícios e trabalhar longas horas para alcançar seus objetivos. No entanto, essa visão é questionada por muitos especialistas, que defendem a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional e da jornada de trabalho saudável para a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. O emprego não pode ser o único foco da vida. É preciso encontrar um equilíbrio para que os jovens possam se desenvolver de forma saudável e feliz.
O Valor do Trabalho
Em uma entrevista recente à CNBC-TV18, o empresário Murthy enfatizou a importância do trabalho árduo para melhorar a produtividade da Índia, que ele considera uma das mais baixas do mundo. Ele acredita que essa dedicação é fundamental para que o país possa competir globalmente. Durante o auge de sua carreira, Murthy costumava trabalhar 14 horas por dia, seis dias e meio por semana, totalizando 91 horas semanais. Ele relembrou que a mudança para uma semana de trabalho de cinco dias, implementada em 1986, foi decepcionante.
Segundo ele, ‘neste país, temos que trabalhar muito duro porque não há substituto para o esforço, mesmo para as pessoas mais inteligentes’. Essa declaração gerou reações negativas, especialmente nas redes sociais, onde muitos criticaram a falta de consideração com as condições de trabalho enfrentadas pela maioria dos indianos. Comentários destacaram que longas jornadas já são uma realidade para muitos, principalmente em empregos de baixa remuneração, e que o foco no trabalho excessivo ignora os impactos na saúde física e mental.
Reações e Críticas
Muitos usuários nas redes sociais expressaram sua insatisfação com as declarações de Murthy. ‘No fim das contas, somos humanos e não máquinas’, escreveu um usuário na plataforma X. Outro ironizou: ‘Ótima ideia! Vamos trabalhar 14 horas por dia e sacrificar nossas vidas pessoais e saúde mental pelo progresso’. Enquanto isso, alguns líderes empresariais apoiaram as observações de Murthy, alegando que a produtividade é um fator crucial para o crescimento econômico.
A esposa de Murthy, Sudha Murty, também saiu em defesa do marido, dizendo que ele sempre viveu segundo os valores que prega. ‘Ele trabalhou de 80 a 90 horas por semana durante sua carreira. Ele realmente acredita no trabalho duro e apenas expressou o que sente’, afirmou ao News18. A discussão sobre o trabalho e a produtividade continua a ser um tema relevante na Índia, onde a jornada de trabalho e as condições de trabalho são frequentemente questionadas.
Fonte: @ PEGN
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