Defesa do ex-presidente se manifestou após pedido de esclarecimento do ministro sobre estada na Embaixada húngara durante Operação Tempus Veritatis.
No STF, o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quarta-feira, 27, que seria ‘irracional’ cogitar que ele solicitaria asilo político durante o período em que permaneceu na Embaixada da Hungria, em Brasília. A justificativa foi enviada à Suprema Corte após o ministro Alexandre de Moraes estabelecer um prazo de 48 horas para Bolsonaro esclarecer a permanência.
Durante sua estadia na Embaixada, Bolsonaro afirmou que não buscava refúgio nem proteção, mas sim um local para se hospedar por algumas horas. A negativa do ex-presidente em solicitar abrigo político foi reiterada em sua comunicação com o STF, onde reforçou que a situação era apenas temporária e sem maiores consequências legais.
Asilo concedido na Embaixada da Hungria
Leia Mais Moraes dá 48h para Bolsonaro explicar estada na embaixada da Hungria Na segunda-feira, 25, o jornal The New York Times publicou que o ex-presidente permaneceu entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano hospedado na embaixada.
Período em que Bolsonaro teve o passaporte apreendido por determinação de Moraes após sofrer uma busca e apreensão durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado no país após o resultado das eleições de 2022. Pelos regras internacionais, a área da embaixada é inviolável pelas autoridades brasileiras.
Em busca de proteção De acordo com a defesa de Bolsonaro, o ex-presidente não tinha interesse em asilo político na embaixada e não estava preocupado com uma eventual prisão preventiva. A defesa alega que a visita do ex-presidente à embaixada não foi um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga, devido às medidas cautelares impostas contra ele.
‘Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada’, afirmou a defesa.
Asilo diplomático Os advogados de Bolsonaro enfatizaram que o ex-presidente sempre manteve boas relações com as autoridades húngaras e negaram qualquer insinuação sobre um possível pedido de asilo diplomático.
‘São, portanto, equivocadas quaisquer conclusões decorrentes da matéria veiculada pelo jornal norte-americano, no sentido de que o ex-presidente tinha interesse em alguma espécie de asilo diplomático, conclusão a que se chega bastando considerar a postura e atitude que sempre manteve em relação às investigações a ele dirigidas’, completou a defesa.
Vínculo com a Hungria Bolsonaro é aliado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, com quem esteve na posse em 2018. Em 2022, o ex-presidente visitou Budapeste, capital húngara, e foi recebido por Orbán.
Resposta às acusações Em resposta à ordem de Alexandre de Moraes, Bolsonaro forneceu esclarecimentos sobre sua estada na Embaixada da Hungria. Imagens das câmeras de segurança e satélite mostraram que o ex-presidente chegou no dia 12/2 à tarde e saiu na tarde do dia 14/2.
Os funcionários da embaixada estavam de férias durante o feriado de carnaval, e a estada de Bolsonaro foi durante esse período. Segundo o jornal, os diplomatas húngaros contataram os funcionários brasileiros no dia 14, orientando-os a permanecer em casa pelo resto da semana. Informações: Agência Brasil.
Fonte: © Migalhas
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