País tem a maior população, sendo o primeiro no ranking de taxas de incidência de dengue, conforme especialista em arboviroses.
Este ano, países da América Latina e do Caribe já contabilizaram cerca de 4,6 milhões de casos de dengue. A estatística, referente às primeiras 15 semanas do ano, mostra um aumento significativo de 237% em relação ao mesmo período de 2020. A prevenção e o combate à dengue são fundamentais para conter a proliferação do vírus.
A Febre Hemorrágica Dengue é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos, sendo uma das arboviroses mais preocupantes da atualidade. A conscientização da população sobre os sintomas e medidas preventivas é essencial para frear a disseminação da doença. A prevenção da dengue deve ser uma prioridade em todas as regiões afetadas.
Febre hemorrágica: um desafio crescente
Refletindo sobre a situação atual da Dengue, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgou informações importantes referentes às 15 Américas, repassadas pelo especialista em arboviroses, Carlos Melo. Ele destacou a crescente preocupação com a propagação de doenças infecciosas como a Dengue, zika e chikungunya, transmitidas principalmente pelo Aedes aegypti.
Com um panorama alarmante, Carlos Melo participou de um seminário na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, enfatizando a gravidade das arboviroses e seu impacto na saúde pública. A taxa de incidência dessas doenças tem aumentado significativamente, impulsionada pelos altos números de casos no Brasil. Em 2024, o país superou a marca de 3,1 milhões de casos prováveis, representando 67,4% dos registros na região da América Latina e Caribe.
Enquanto o Brasil lidera em números absolutos, países como Paraguai, Argentina e Peru apresentam cifras muito menores. No entanto, a maior população brasileira contribui para esse cenário. Observando a incidência da Dengue, o Brasil figura como segundo colocado, com uma taxa de 1.816 casos por mil habitantes, atrás do Paraguai, com 2.540 casos.
Os desafios não param por aí: em relação às mortes confirmadas por Dengue, o Brasil registrou 1.292 casos em 2024. Embora lidere em números absolutos, proporcionalmente, o país está em nona posição, sinalizando a necessidade de medidas mais eficazes de controle e prevenção.
O impacto das mudanças climáticas na propagação da Dengue
Além dos números alarmantes, especialistas identificam as mudanças climáticas como um fator determinante para os surtos de Dengue. Dos 25 países monitorados pela Opas, 12 enfrentam surtos da doença, excedendo as projeções iniciais.
O especialista Carlos Melo alerta para a influência do fenômeno El Niño nesse cenário, destacando seu papel no aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Essa anomalia climática tem contribuído para a proliferação do Aedes aegypti, tornando-o mais ativo durante períodos de calor intenso.
As consequências das mudanças climáticas não se limitam ao Brasil, alcançando até mesmo países europeus e os Estados Unidos, onde estão sendo registradas incidências de Dengue. A ação do El Niño, com ondas de calor e eventos climáticos extremos, cria um ambiente propício para a disseminação do mosquito transmissor.
Diante desse quadro preocupante, torna-se evidente a necessidade de abordagens abrangentes e colaborativas para enfrentar a Dengue e suas ramificações. A conscientização, a vigilância epidemiológica e o controle do vetor se destacam como pilares fundamentais na luta contra essa grave ameaça à saúde pública.
Fonte: @ Agencia Brasil
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