Nísia Trindade e OMS apoiam cooperação entre países para enfrentar futuras pandemias, trocar experiências e desenvolver Missão 100 Dias.
‘A próxima pandemia pode surgir em qualquer local’. Esse é o aviso enfatizado durante a Conferência Mundial de Preparação para pandemias, encontro global que reuniu especialistas de diversas regiões do planeta em São Paulo, na terça-feira (30).
Em seu discurso, o renomado virologista destacou a importância de estar preparado para lidar com epidemias e surtos inesperados de doenças. Ele ressaltou que a colaboração internacional é fundamental para monitorar e responder rapidamente a possíveis ameaças à saúde pública, visando minimizar os impactos causados por novas pandemias.
Desafios no Enfrentamento de Epidemias e Surtos
A interação serve como uma oportunidade para a troca de experiências no combate a doenças que têm o potencial de se tornar pandemias, como a covid-19, que resultou em mais de 7 milhões de óbitos em todo o mundo. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reiterou a capacidade do Brasil de participar da Missão 100 Dias, uma iniciativa global para desenvolver, produzir e distribuir vacinas e tratamentos em escala internacional em pouco mais de três meses.
Esse prazo representa um terço do tempo necessário para criar uma vacina contra a covid-19, podendo assim prevenir o surgimento de uma nova pandemia no estágio inicial e salvar vidas. ‘Sem dúvida, o Brasil está apto a abraçar esse desafio. O país está engajado nesse esforço e estamos retomando uma agenda que foi fortemente impulsionada pelas instituições de pesquisa científica’, afirmou a ministra.
Ela destacou que o Brasil, que enfrentou dificuldades durante a pandemia de covid-19 e registrou mais de 700 mil mortes, possui sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma base sólida nas áreas de ciência, tecnologia e indústria, especialmente no setor da saúde. Nísia Trindade mencionou o Complexo Econômico Industrial da Saúde, um conjunto de investimentos que promovem a fabricação de medicamentos, insumos e vacinas, como parte da estratégia da Nova Indústria Brasil, política industrial do governo federal.
Para a ministra, a preparação do país para enfrentar futuras pandemias deve ser encarada como uma política de Estado e não apenas de um governo específico. Ela ressaltou a importância da troca de experiências e conhecimentos entre nações e defendeu que esse esforço seja pautado pela equidade, garantindo acesso e fomentando a produção local de vacinas e tratamentos, não só no Brasil, mas também em países em desenvolvimento, por meio de uma abordagem coordenada.
Nísia enfatizou a necessidade de um protagonismo do Sul Global, composto por países emergentes. ‘Não podemos pensar em proteção de forma justa sem a participação ativa dos nossos países’, afirmou. ‘É hora de transformar equidade e solidariedade em medidas concretas para garantir o acesso a produtos essenciais no combate às pandemias e outras emergências de saúde’, acrescentou a ministra, salientando a importância de também se preocupar com doenças negligenciadas, como as arboviroses.
No decorrer deste ano, o Brasil enfrentou uma epidemia de dengue, com mais de 6 milhões de casos e 4,8 mil óbitos. A presidente da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi), Jane Halton, participa da Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, destacando a relevância da Missão dos 100 Dias não apenas em termos de agilidade na resposta, mas também na garantia de equidade na distribuição de recursos. ‘Trata-se de proteger todas as pessoas contra novas doenças antes que elas causem devastação em suas vidas e de seus entes queridos.’
A parceria para o desenvolvimento de vacinas é fundamental nesse contexto. A Cúpula Global de Preparação para Pandemias encerra suas atividades na terça-feira (30), sendo esta a segunda edição do evento, após a primeira ter sido realizada em Londres, em 2022. A busca por capacidade de enfrentar pandemias e a troca de experiências continuam sendo pilares essenciais para a construção de um futuro mais preparado e resiliente diante de desafios de saúde globais.
Fonte: @ Agencia Brasil
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