Ativos locais mostram piora com dólar reduzindo perdas e Ibovespa ampliando queda em meio à incerteza no cenário externo e revisão fiscal.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou a importância de considerar os desafios do cenário econômico atual, com a prevalência de ameaças internas e externas que sustentam a trajetória de redução da taxa Selic.
Campos Neto ressaltou que a estratégia de corte da taxa Selic é fundamentada em análises consistentes do panorama econômico, visando fortalecer a estabilidade financeira do país e estimular o crescimento. Nesse contexto, a diminuição da taxa Selic é um instrumento crucial para impulsionar a economia e enfrentar os desafios existentes.
Reflexões sobre a Perspectiva Econômica: Impactos da Queda da Selic
Em uma reunião com investidores organizada pela XP, em Washington, o presidente do Banco Central ressaltou que as novas incertezas estão mais vinculadas às condições globais, apesar de existir também ‘uma narrativa local de aumento do prêmio de risco.’ A deterioração do cenário fez com que ativos locais sofressem, com o dólar diminuindo a queda, o Ibovespa ampliando perdas e a curva dos futuros de juros (DI) mudando de baixa para alta.
Campos Neto destacou que a inflação está convergindo para a meta do BC, de 3%, e que a visão do mercado sobre a atividade econômica no Brasil sinaliza espaço para redução da taxa Selic. Ele mencionou que houve uma mudança recente nos dados fiscais e que a revisão fiscal acabou impactando a percepção de risco local. A incerteza no cenário externo também contribui para a incerteza no cenário interno.
A relação entre a âncora fiscal e a âncora monetária foi discutida, ressaltando a importância da credibilidade para manter a estabilidade. A fala do ministro da Fazenda sobre a interligação desses pontos foi lembrada. O presidente reconheceu as surpresas positivas na atividade doméstica, mas alertou para a queda na tendência de serviços, expressando preocupação.
Apesar da piora no ambiente interno, principalmente devido ao aumento das expectativas de inflação, Campos Neto apontou que a maior parte dos obstáculos para a diminuição da taxa Selic vem do cenário externo. Em relação a esse cenário global, ele mencionou que o mercado prevê um ou dois cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve, destacando a dependência dessas decisões em dados econômicos.
Campos Neto enfatizou a necessidade de aguardar para avaliar como o mundo reagirá ao prolongamento dos juros elevados nos EUA e como a incerteza impactará variáveis essenciais. A narrativa da perspectiva econômica permanece incerta, com vários cenários possíveis. A volatilidade global pode aumentar no curto prazo, havendo a possibilidade de afetar os ativos de mercado de forma mais significativa.
Essas reflexões foram extraídas do Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor Econômico, e refletem a complexidade do cenário econômico atual e as diversas variáveis em jogo na trajetória da queda da Selic.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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