Tendência Black: moda como ferramenta de empoderamento da cultura preta, com estampas autorais e cerca de 200 peças vendidas mensalmente, gerando renda extra.
Cintia Pereira, 36 anos, nasceu em Salvador (BA), mas há 10 anos mora no Rio de Janeiro (RJ). Em busca de uma renda extra nas terras cariocas, ela encontrou no universo da moda uma oportunidade de negócio que mudou sua vida. Com o tempo, o que começou com customizações de roupas com defeito se tornou uma marca autoral focada em fortalecer a cultura preta, a Tendência Black.
A moda é um mundo em constante evolução, e Cintia Pereira soube aproveitar essa oportunidade para criar uma marca que não apenas vende roupas, mas também promove a cultura e a identidade preta. Com estampas exclusivas e um estilo único, a Tendência Black se destaca no mercado de vestuário e se tornou um símbolo de resistência e empoderamento. A moda é uma forma de expressão e identidade. Com a Tendência Black, Cintia Pereira prova que é possível criar uma marca que seja ao mesmo tempo lucrativa e socialmente responsável.
Moda como Ferramenta de Empoderamento
A empreendedora Cintia Pereira começou a buscar formas de complementar a renda da casa após um período de baixo fluxo de vendas no bar do marido. Com o objetivo de fazer algo de baixo custo, ela apostou na compra de peças de vestuário com defeitos que pudessem ser customizadas a partir de cortes e novas decorações. Atualmente, são vendidas cerca de 200 peças por mês a preço médio de R$ 150.
Com as dificuldades enfrentadas na gestão do bar, o dinheiro das vendas das roupas passou a ser investido no estabelecimento. ‘Quando percebemos que as roupas estavam rendendo mais, e estávamos pagando as contas do bar com o dinheiro da customização, decidimos trabalhar com moda’, diz a empreendedora. A moda se tornou uma ferramenta de empoderamento para o povo preto, com referências à cultura africana em todas as roupas.
Origens da Tendência Black
Filha de costureira, Cintia voltou a Salvador para comprar material e aprender sobre a atividade com a mãe. Com investimento inicial de R$ 600 para a compra dos primeiros itens necessários para a produção, Pereira fundou a Tendência Black, em 2014, em parceria com o marido Emanuel Bonifácio Pereira, 34 anos. A marca foi criada com o objetivo de utilizar a moda como ferramenta de empoderamento para o povo preto.
As primeiras peças, produzidas em um cômodo na casa do casal, traziam mensagens de empoderamento, estilo que ainda hoje prevalece entre as coleções da marca, com frases como ‘Respeita o Black’ e ‘Vem black pra somar’. Depois, em parceria com uma amiga que produz estampas à mão, a empresa lançou a coleção Traços Originais, com desenhos exclusivos e em referência à cultura preta.
Expansão e Parcerias
A empresa busca parcerias sempre com artistas pretos a fim de fortalecer a economia e mão de obra preta. Em 2019, após o nascimento do primeiro filho, o casal criou um segundo negócio, a Vestindo Planta, que opera como uma extensão da Tendência Black, mas com CNPJs distintos. A marca, que conta com itens de decoração para casa feitos em linho, surgiu da paixão de Emanuel por plantas.
Além da segunda marca, com a pandemia, o casal deu início a um novo canal para gerar receita: um clube de assinatura. ‘Com o isolamento, nossas vendas online cresceram, mas ainda tínhamos medo da instabilidade. Na época, notamos que alguns clientes da Tendência Black estavam comprando com certa recorrência e pensamos em oferecer para esses consumidores um valor fixo por mês para que eles recebessem uma peça mensalmente’, diz Cintia.
Fonte: @ PEGN
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