Bolsa brasileira avança 6,54%, com ‘Alta’ de empresas de diversos setores, em temporada de resultados e ruídos do fiscal.
Degrau por degrau, a bolsa brasileira acumulou marcas históricas e ultrapassou os 137 mil pontos em agosto. Embalado por uma temporada de resultados corporativos considerada favorável e na crescente confiança de que a economia local está avançando, o Ibovespa, índice acionário de destaque da bolsa brasileira, registrou altas expressivas.
Os investidores comemoraram os ganhos e as valorizações das ações, impulsionando ainda mais o mercado. As altas consecutivas refletem a confiança no potencial de crescimento do mercado financeiro nacional, sinalizando um cenário promissor para os próximos meses.
Altas valorizações impulsionam mercado de ações em agosto
Mesmo com os ruídos do fiscal e os patamares de juros estressando, as empresas não estão perdendo demanda e estão sendo capazes de, em degrau, manterem seus números estáveis. Isso foi algo que não vimos em 2015, quando tivemos resultados bons e a bolsa caiu. Então, agosto foi importante para passar uma mensagem mais positiva aos agentes do mercado, comenta Renato Reis, analista da DVinvest, casa de análises parceira da Blue3 Investimentos.
Um ponto que chama atenção na fotografia do mês é que há uma variedade de empresas na lista das 10 maiores altas, o que é um demonstrativo que a bolsa passa por um bom momento e que ainda há oportunidades a serem exploradas, diz Reis. Temos vários setores despontando esse mês. Ou seja, não são só os pesos pesados do Ibovespa que puxaram a bolsa. Temos muitas oportunidades, especialmente no índice de ‘small caps’ [empresas de menor porte], que ainda está distante da máxima histórica. Claro que parte disso depende do comportamento dos juros, mas há oportunidades de ganhos em degrau na mesa.
Empresas em destaque na temporada de resultados
Veja, abaixo, os papéis responsáveis pela reação da principal carteira teórica nacional em agosto:
IRB (IRBR3)
A alta de 65% do IRB em agosto, a maior do mês dentro do índice Ibovespa, se sustenta menos pelos números apresentados na temporada de resultados e mais pelas sinalizações importantes que o balanço trouxe. Antes do resultado, esperávamos que o grande impacto do desastre ocorrido no Rio Grande do Sul viria no terceiro trimestre, já que as seguradoras são acionadas primeiro e posteriormente as resseguradoras. Mas a grande parte do impacto já veio no último balanço, fazendo com que os próximos trimestres fiquem mais ‘limpos’ em relação a esse evento, comenta Wagner Biondo, analista de setor financeiro da Genial Investimentos.
Reis, da DVinvest, acrescenta que a empresa demonstra continuidade em seu projeto de reestruturação, saindo de segmentos mais arriscados nos Estados Unidos e encerrando o contrato da vertical Vida, que vinha causando a elevação das despesas com comissões. A empresa conseguiu tirar o risco da incerteza do Rio Grande do Sul, teve melhora nas margens e está sendo negociada 10 vezes o ‘preço por lucro’ anualizado. Com tudo isso, o mercado foi às compras. O ‘sinal verde’ para compra também veio em forma de recomendação do BTG Pactual, que antes dos resultados trimestrais via o papel como neutro.
Petz (PETZ3)
A confirmação da combinação dos negócios da Petz com a Cobasi causou barulho no mercado. No dia do anúncio, as ações dispararam 28%. No mês, os ganhos ficaram na casa dos 38%. Mas o esperado negócio ainda é cercado por algumas incertezas, algo que fica claro no preço da ação da Petz, diz Bradesco BBI.
Reis, da DVinvest, vê a ação cara frente as projeções de sinergia. A companhia unificada tem R$ 6,9 bilhões em receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 464 milhões. As ações estão sendo negociadas a 12 vezes o Ebitda, é muita coisa. É preciso lembrar que a Cobasi
Fonte: @ Valor Invest Globo
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