Coreia do Norte para de enviar sacolas com objetos infláveis para o sul horas após terceiro carregamento. Seul ameaça com k-pop na fronteira.
O governo da Coreia do Norte anunciou, no último domingo (2), que irá interromper o envio de resíduos através de balões para o país vizinho do sul, logo após realizar a terceira distribuição de infláveis em menos de sete dias. A decisão veio após ameaças de Seul em relação à reprodução de k-pop na fronteira entre as nações.
Os balões carregados com artefatos voadores foram enviados como forma de provocação, mas a resposta de Seul trouxe uma mudança de planos por parte do governo norte-coreano. A utilização desses objetos aéreos como meio de comunicação entre os países tem gerado tensões na região, levando a medidas de retaliação e negociações diplomáticas.
Ativistas enviam balões com objetos infláveis
O país, porém, prometeu retomar a prática horas após fazer ativistas da Coreia do Sul enviarem panfletos políticos ao Norte novamente. De acordo com Seul, 720 balões voadores levando sacolas com objetos como bitucas de cigarro haviam sido identificados em menos de 24 horas desde a noite de sábado (1º).
‘Cerca de 20 a 50 balões passaram pelo ar a cada hora’, afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em um comunicado. Os carregamentos chegaram à região norte da Coreia do Sul, incluindo a capital, Seul, e a província de Gyeonggi, que abrigam cerca da metade da população do país, segundo a nota.
Desde o início da campanha de Pyongyang, na terça-feira passada (28), cerca de mil balões infláveis foram detectados, alguns deles com fezes de animais, de acordo com Seul. Os deste domingo tinham ‘resíduos como pontas de cigarro, papel, pedaços de tecido e plástico’ e não levavam substâncias perigosas, disse o Estado-Maior.
‘Instamos o público a evitar o contato com os balões e a relatá-los à unidade militar ou estação policial mais próxima’, acrescentou o comunicado militar. De acordo com Pyongyang, o número total de balões enviados foi ainda maior: 3.500 artefatos que carregavam 15 toneladas de lixo, segundo o vice-ministro da Defesa da Coreia do Norte, Kim Kang-il.
O funcionário disse, em um comunicado divulgado pela agência estatal, que agora a Coreia do Sul teve uma amostra de como é ‘sujo’ coletar rejeitos. Ao enviar os objetos ao espaço aéreo vizinho, Pyongyang afirma estar devolvendo ‘na mesma moeda’ ações de desertores norte-coreanos que vivem na Coreia do Sul e espalharam ‘panfletos e várias coisas sujas’ na fronteira.
Ativistas sul-coreanos enviam regularmente balões contendo panfletos anti-Pyongyang, comida, remédios, dinheiro e pen drives com vídeos de música k-pop. Na quarta-feira (29), um dia após o primeiro envio, um funcionário do gabinete presidencial da Coreia do Sul afirmou que Seul responderia com calma à provocação.
‘Ao colocar lixo e objetos diversos em balões, eles parecem querer testar como nosso povo reagiria e se nosso governo de fato seria perturbado’, afirmou ele a jornalistas na ocasião.
Neste domingo, porém, o gabinete do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol acusou o país vizinho de ‘provocações sujas que nenhum país normal imaginaria’ e afirmou que Seul começaria a tomar ‘medidas que a Coreia do Norte consideraria insuportáveis’.
Tais medidas poderiam incluir a transmissão de propaganda e música k-pop por alto-falantes ao longo da fronteira, segundo o gabinete — ação que o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, considerou tão ameaçadora que certa vez chamou de ‘cancro cruel’.
Provocações entre os dois países são comuns — desde o armistício da Guerra da Coreia, em 1953, as duas nações permanecem tecnicamente em conflito e estão separadas por uma zona desmilitarizada.
No entanto, as ações normalmente envolvem exercícios militares e lançamentos de foguetes, como aconteceu na última quinta-feira (30), quando a Coreia do Norte disparou cerca de 30 balões.
Fonte: © TNH1
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