Diagnóstico precoce e suporte adequado são fundamentais para crianças com habilidades excepcionais, garantindo desenvolvimento cognitivo e intelectual saudável.
A advogada Marcela Monfredini descobriu que seu filho Diógenes, de seis anos, possuía uma superdotação que a surpreendeu. Antes mesmo de iniciar o ensino regular, ele já demonstrava habilidades avançadas, como realizar multiplicações complexas e desenhar o alfabeto grego com precisão. Desde pequeno, Diógenes mostrou um interesse peculiar por placas e, ainda como bebê, já identificava algumas letras.
Essa inteligência elevada e QI alto permitiram que Diógenes se destacasse em diversas áreas, incluindo a matemática e a linguagem. Sua mãe, Marcela, relata que o menino sempre teve um fascínio por símbolos e letras, o que pode ter contribuído para o desenvolvimento de suas altas habilidades. A superdotação de Diógenes é um exemplo de como as crianças podem apresentar habilidades excepcionais desde cedo, e é importante que os pais e educadores estejam atentos para identificar e apoiar esses talentos. O apoio adequado pode fazer toda a diferença no desenvolvimento de uma criança superdotada.
Superdotação: Um Desafio para Pais e Educadores
Marcela, uma advogada, relembra o momento em que percebeu que seu filho era diferente. ‘Ele estava na piscina do prédio e começou a soletrar uma placa de manutenção, inclusive com acentos’, conta. Apesar de seu avanço intelectual, o menino era muito introspectivo e não brincava com outras crianças, o que levou Marcela a pensar que ele poderia ser autista ou ter transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
Quando o menino começou a frequentar a escola, os relatórios sobre seu comportamento não eram positivos. ‘Eram relatórios ruins, que diziam que ele era uma criança que não se adequava e que só queria ficar com adultos’, relembra Marcela. Foi então que ela começou a procurar mais informações e viu uma reportagem sobre crianças superdotadas. A partir daí, ela procurou clínicas que realizavam testes específicos para verificar se o filho se encaixava nessa classificação.
No primeiro exame, quando ainda tinha três anos, o menino foi diagnosticado com superdotação e com o dobro da idade intelectual. Marcela e o marido mudaram o menino de escola, pois acreditavam que o local ‘estava sabotando’ as habilidades do garoto. ‘Quando informei, as professoras disseram que já sabiam e eu questionei por que não haviam me falado nada’, afirma.
Desenvolvimento Cognitivo e Superdotação
Após um ano e meio, a criança realizou novos testes, que indicaram um aumento em sua capacidade cognitiva. Ele foi admitido na Mensa, organização internacional para pessoas com alto QI, presente em diversos países e com mais de 150 mil membros. A entidade funciona como um apoio ou mentoria para indivíduos superdotados.
Para ingressar na organização, é preciso demonstrar capacidade intelectual acima de 98% da população geral. A admissão se dá por meio de testes de QI, aplicados por profissionais credenciados. Na Europa, a Mensa utiliza testes próprios, enquanto países como EUA e Brasil adotam testes padronizados, aprovados por órgãos reguladores locais.
A comparação de resultados entre diferentes testes não é válida, dada a variação de parâmetros. O critério de admissão se baseia no percentil do candidato, que deve estar acima de 98. Em alguns países, o número aceito pode ser até de 89.
Identificando Superdotação em Bebês e Crianças
Identificar superdotação em bebês e crianças envolve observar uma série de características que os diferenciam dos demais. Renata Yamasaki, neuropsicóloga pela Unifesp, explica que ‘bebês superdotados geralmente apresentam um desenvolvimento cognitivo acelerado em comparação a seus pares’. Esse público pode demonstrar atenção prolongada, capacidade de resolver problemas e habilidades de memória acima da média para a idade.
Isso se reflete em marcos de desenvolvimento, como a fala e a caminhada precoces, além de alta curiosidade e reatividade sensorial. Roberta Zunega, neuropsicopedagoga e especialista em Neurociência Aplicada à Educação pela Santa Casa de São Paulo, complementa que crianças superdotadas podem apresentar habilidades intelectuais avançadas, como a capacidade de aprender rapidamente e resolver problemas complexos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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