Aprender como funciona a memória ajuda os alunos a adquirir novos conhecimentos. Especialistas em memória afirmam que estruturas cerebrais e mecanismos neurobiológicas processam informações científicas de forma eficaz com recursos de visualização.
A memória humana é um tema fascinante e complexo, e é comum pensarmos nela como sendo boa ou ruim. No entanto, a realidade é que cada pessoa tem sua própria forma de processar e armazenar informações, e isso pode variar significativamente de uma pessoa para outra. A memória é um recurso valioso que nos permite aprender, crescer e nos adaptar ao mundo ao nosso redor.
Alguns indivíduos podem ter uma capacidade de retenção impressionante para certos tipos de informações, como idiomas ou eventos históricos, mas podem ter dificuldade em se lembrar de detalhes mais triviais, como nomes e rostos. Outros podem ter uma lembrança vívida de experiências passadas, mas podem ter dificuldade em aprender novas habilidades ou informações. A recordação é um processo complexo que envolve a interação de diferentes partes do cérebro, e é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo a atenção, a motivação e a emoção.
A Complexidade da Memória
A memória é um processo complexo que envolve vários sistemas e mecanismos neurobiológicos que variam dependendo do que estamos aprendendo e de como este aprendizado está sendo feito. Aprender um novo idioma, por exemplo, não utiliza os mesmos mecanismos ou processos cerebrais que as informações científicas. Isso dificulta a generalização sobre o que torna uma determinada estratégia de memória mais ou menos eficaz em um ambiente educacional.
A memória é composta por várias estruturas e mecanismos que trabalham juntos para armazenar e recuperar informações. A memória declarativa, que inclui partes explícitas de informações que podemos acessar conscientemente, como fatos, datas, nomes, eventos passados, conceitos e assim por diante, é um exemplo disso. Estudos sobre especialistas em memória competitiva mostraram que, embora a genética seja responsável por grande parte das diferenças entre sermos melhores ou piores em recordar, é possível desenvolver uma capacidade excepcional de lembrar dados usando estratégias que foram praticadas por longos períodos de tempo.
Desenvolvendo a Capacidade de Memória
As estratégias mais usadas para desenvolver a capacidade de memória são conhecidas como mnemônicas, que baseiam-se na criação de imagens mentais ou métodos verbais que geralmente exigem muito treinamento. Os recursos de visualização, como o método de loci, consistem em associar os itens a serem lembrados a lugares específicos. Por exemplo, você pode memorizar uma lista de compras seguindo mentalmente seu trajeto para o trabalho e associando os itens da lista a diferentes lugares ao longo do caminho. Quando quiser se lembrar deles, basta refazer mentalmente o percurso.
Essas estratégias são baseadas em três princípios fundamentais: relacionar as informações que você quer aprender com coisas que você já sabe, lembrar-se do caminho para acessar as informações, juntamente com as próprias informações, para recuperá-las rapidamente, e praticar para chegar à perfeição. Pesquisas sugerem que, se alguém pode ser treinado em estratégias de memória para se lembrar de 67.890 dígitos do número pi, isso também poderia ser usado para impulsionar o aprendizado nas escolas.
Limitações e Possibilidades
Embora as técnicas mnemônicas espaciais ou verbais tenham se mostrado eficazes, seu uso real na vida cotidiana é limitado. Na escola, isso significa que elas podem ser usadas para aprender listas, como planetas ou elementos químicos, mas não para matérias ou informações mais complicadas. No entanto, a memória é uma capacidade que pode ser desenvolvida e aprimorada com prática e treinamento. A codificação de memórias e redes de conhecimento são áreas que ainda precisam ser exploradas para melhorar a capacidade de memória e o aprendizado.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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