IL-22BP, produzida por células durante fermentação, tem efeitos benéficos no intestino, com efeito protetor contra doenças como Crohn e colite ulcerativa.
Pesquisa divulgada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) mostra a importância da proteína IL-22BP na saúde intestinal e na defesa contra infecções bacterianas. A presença dessa proteína específica desempenha um papel crucial no equilíbrio do organismo e na proteção contra agentes patogênicos.
Além disso, o estudo ressalta a relevância de compreender como esse elemento atua no corpo humano, influenciando a resposta imunológica e a manutenção da flora intestinal. A interação desse composto com o sistema imune revela novas perspectivas para o desenvolvimento de terapias que visam fortalecer a barreira protetora do intestino, promovendo assim a saúde geral do indivíduo. presença
Estudo revela a importância da proteína na proteção contra infecções intestinais
Uma descoberta recente apontou que camundongos que não possuem essa proteína específica estão mais resistentes a infecções intestinais causadas por bactérias como Clostridioides difficile e Citrobacter rodentium. O professor Marco Vinolo, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), explica que a IL-22BP, responsável por regular a quantidade de interleucina 22 – uma substância produzida pelas células do sistema imunológico – desempenha um papel crucial na manutenção da integridade da barreira intestinal.
De acordo com Vinolo, a ausência da IL-22BP permite que a interleucina 22 atue de maneira mais eficaz, fortalecendo as defesas intestinais antes mesmo que a infecção se inicie. Esse mecanismo foi observado em um estudo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que investigou os processos moleculares envolvidos na microbiota durante a inflamação.
Os pesquisadores notaram que a composição bacteriana no trato gastrointestinal dos camundongos sem IL-22BP era distinta. Ao transferir essas bactérias para animais com níveis normais da proteína, observou-se um efeito protetor contra infecções, indicando que a falta da proteína de ligação resulta em uma modulação benéfica da microbiota intestinal.
José Luís Fachi, pós-doutorando na Washington University School of Medicine, destaca que a resistência à infecção está relacionada ao aumento na produção de ácidos graxos de cadeia curta, moléculas produzidas durante o processo de fermentação de fibras alimentares por bactérias intestinais. Essas moléculas exercem efeitos benéficos à saúde intestinal, promovendo um ambiente anti-inflamatório e fortalecendo a barreira do intestino.
Fachi, que recebeu apoio da fundação durante seu doutorado, ressalta a importância dos ácidos graxos de cadeia curta no combate às infecções intestinais, como as causadas por C. difficile. Ele também destaca que a ausência de IL-22BP altera a composição e funcionalidade da microbiota intestinal, resultando em um perfil benéfico ao organismo.
Marco Vinolo, orientador de Fachi no doutorado, enfatiza que a ausência da proteína modifica a microbiota intestinal de forma positiva, destacando o papel crucial desse elemento na regulação das respostas do organismo e indicando possíveis abordagens para prevenir infecções intestinais.
Esses achados abrem novas perspectivas para futuras pesquisas, que poderão aprofundar o conhecimento sobre a importância da proteína na proteção contra infecções intestinais e explorar aplicações terapêuticas desse entendimento.
Fonte: @ Veja Abril
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