“Ponto por cento de juros reduzidos permite acesso a crédito para 300mil pessoas, incluindo-as na mercado imobiliário. Bancos avaliam situações para definir limites de pagamento.”
A redução das taxas de juros não traz benefícios apenas para impulsionar a economia e tornar as dívidas mais acessíveis. A queda de juros também pode promover a inclusão financeira, facilitando o acesso ao crédito para mais pessoas.
Com juros mais baixos, os consumidores podem aproveitar melhores condições para contrair empréstimos e financiamentos. As baixas taxas de juros não só estimulam o consumo, mas também incentivam investimentos e movimentam o mercado financeiro de forma positiva.
Impacto da Queda de Juros no Financiamento Imobiliário
No âmbito do financiamento imobiliário, a cada ponto de redução nas taxas de juros, 300 mil famílias se tornam elegíveis para solicitar crédito, conforme declaração de Luiz Antônio França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). A cada ponto percentual de queda, há a inclusão de 300 mil famílias, o que ressalta a importância das taxas baixas em relação aos juros tradicionais, como destacado pelo executivo durante um evento do banco Inter sobre o mercado imobiliário.
É crucial que as parcelas do financiamento da casa própria não ultrapassem 30% da renda familiar, evitando assim que a dívida se torne prejudicial e aumente o risco de inadimplência. Ao reduzir a taxa de juros, naturalmente as parcelas se tornam mais acessíveis e cabem no orçamento de um número maior de pessoas.
Outro efeito positivo de juros mais baixos é a possibilidade de realizar uma entrada menor no momento da compra, ao obter um aumento no limite de crédito. Simulações conduzidas pela Risknow comparam diferentes cenários com taxas distintas. Em uma simulação de financiamento de imóvel de R$ 500 mil, com entrada de R$ 300 mil, a queda de um ponto percentual nos juros permitiria uma liberação de 10% a mais de crédito, resultando em um comprometimento menor da renda familiar.
Por exemplo, em um cenário com taxa de 10,49% ao ano, a parcela inicial seria de R$ 2.324, enquanto em um cenário com taxa de 9,49% ao ano, a parcela seria de R$ 2.171 mensais. Isso representa uma economia de R$ 153 por mês, ao longo de 360 meses. Uma redução de dois pontos percentuais elevaria o limite de crédito em 16%, reduzindo a primeira parcela para R$ 2.017.
Qualquer diminuição nas taxas de crédito de longo prazo tem um impacto significativo no valor total pago pelo mutuário. O tempo joga a favor das instituições financeiras e contra os clientes nesses casos. Além disso, taxas menores possibilitam que os consumidores obtenham financiamento para imóveis mais caros, sem comprometer sua renda além do limite saudável de 30%.
Diante desses benefícios, muitas pessoas aguardam ansiosamente por uma queda nas taxas de juros no financiamento imobiliário. Apesar das sete reduções da taxa básica de juros (Selic) até o momento, os juros permanecem em níveis semelhantes. Os bancos, ao avaliarem o cenário futuro, podem optar por manter as taxas elevadas para se protegerem de possíveis aumentos no futuro.
Enquanto persistirem as incertezas sobre a extensão da queda de juros e as políticas fiscais de países como os Estados Unidos, os credores provavelmente manterão as taxas em patamares elevados por mais tempo. A inflação representa um risco significativo, tanto nacional quanto internacionalmente, exercendo mais pressão sobre as taxas de juros do que a instabilidade fiscal.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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