A Unesco propõe diretrizes globais para combater novos desafios no discurso de ódio, em missão de grande importância.
A desinformação é um problema cada vez mais presente nos dias atuais, prejudicando a disseminação de conhecimento e prejudicando a sociedade como um todo. A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, para evitar que novos conflitos como as duas guerras mundiais anteriores se repetissem, promovendo a cooperação internacional e a paz entre as nações, em um esforço para combater a desinformação e promover o diálogo construtivo.
No entanto, com o avanço da tecnologia e a proliferação das fake news nas redes sociais, a propagação de desinformação tornou-se um desafio ainda maior nos tempos modernos. É fundamental que as pessoas estejam atentas e busquem fontes confiáveis de informação para combater a informação falsa e garantir que a verdade prevaleça em meio à enxurrada de notícias enganosas. A ONU continua a desempenhar um papel crucial na promoção da paz e da segurança global, enfrentando os desafios da desinformação com transparência e compromisso com a verdade.
Desafios na luta contra a desinformação
E para que esse objetivo fosse alcançado, criou instâncias responsáveis por assegurar os principais direitos dos seres humanos. Quase oito décadas depois, a meta de manter a paz continua, entre sucessos e fracassos, mas novos desafios surgiram na tentativa de garantir que o mundo se mantenha relativamente sob controle. Entre eles, o combate à desinformação. Em 2022, a Assembleia Geral da ONU expressou a preocupação com o tema em um relatório que afirma que a ‘propagação da desinformação pode ter um efeito devastador sobre as sociedades e prejudica uma ampla variedade de direitos humanos’. Entre os exemplos de prejuízos, o documento diz que a desinformação: pode minar o direito a eleições livres; agravar tensões em conflitos armados; gerar violência, discurso de ódio e discriminação; e até resultar em perdas de vidas, como na pandemia, com os efeitos dos conteúdos falsos sobre a vacinação. A desinformação sempre existiu e o nazismo é um exemplo absolutamente trágico disso, com o uso de mentiras para mobilização do povo alemão. Mas a tecnologia das redes sociais, com seus algoritmos e personalização das mensagens, permite uma circulação muito mais capilar, com alvos mais finos do que a propaganda tradicional. A missão de combater a desinformação no sistema ONU cabe à Unesco. Conhecida por listar os patrimônios da humanidade, a Unesco tem o objetivo de contribuir para a paz e a segurança, liderando a cooperação multilateral em áreas como educação, ciência, cultura, comunicação e informação. Em novembro passado, a Unesco lançou as Diretrizes Globais para a Governança de Plataformas Digitais, um roteiro para governos, reguladores, plataformas e cidadãos implementarem regras para as redes sociais nos seus países. O documento foi baseado em 10 mil sugestões coletadas entre diversos participantes da sociedade, de forma a abarcar as complexidades dos diferentes atores dos 194 países reconhecidos pela ONU. Nesta semana, a Unesco realizou um fórum de três dias, em Dubrovnik, Croácia, com participantes de 124 países, incluindo 87 redes nacionais e regionais de reguladores, além de plataformas digitais, representantes do poder público e sociedade civil. Os reguladores se comprometeram a trabalhar para implementar as diretrizes e vão cofinanciar um Fórum Global de Reguladores, organizado pela Unesco, que vai se reunir regularmente com esse objetivo. Leia Mais Trump no TikTok e Biden viral: a batalha por likes (e votos) nas eleições Otan vai criar medidas para barrar espiões russos, diz dirigente Papa participará dos debates do G7 sobre Inteligência Artificial; entenda Guilherme Canela, chefe da seção de Liberdade de Expressão e Segurança de Jornalistas da Unesco, disse à CNN durante o fórum que as diretrizes partem do princípio de que qualquer discussão deve seguir a legislação internacional de direitos humanos. ‘Se todos os atores concordarem que o ponto de partida é esse, o diálogo será muito mais rico e as soluções serão mais facilmente encontradas’, afirmou. Para que as diretrizes sejam eficazes, é crucial que a comunidade global se una em prol do combate à desinformação. A disseminação de fake news e informação falsa representa um dos maiores desafios enfrentados atualmente, exigindo a implementação de estratégias inovadoras e abrangentes. A propagação de desinformação pode minar não apenas a confiança na informação, mas também os fundamentos da democracia e dos direitos humanos. É essencial que sejam adotadas medidas globais para conter a circulação de conteúdos enganosos e prejudiciais, visando proteger a sociedade como um todo. A colaboração entre governos, organizações internacionais e sociedade civil é fundamental nesse processo, garantindo que as diretrizes estabelecidas sejam efetivamente implementadas e seguidas. O surgimento de novas tecnologias e plataformas digitais tem ampliado os desafios no combate à desinformação, exigindo uma abordagem cada vez mais abrangente e adaptável. A Unesco, em sua missão de promover a paz e a segurança, desempenha um papel fundamental nesse cenário, fornecendo orientações e diretrizes para lidar com a propagação de informações falsas. Ao unir esforços em escala global, é possível enfrentar os desafios emergentes e garantir que a desinformação não comprometa os valores fundamentais da sociedade. A implementação eficaz das diretrizes estabelecidas pela Unesco requer um compromisso contínuo e coordenado de todas as partes interessadas, visando criar um ambiente digital mais seguro e confiável para todos. A luta contra a desinformação é uma batalha constante, que exige vigilância e ação coletiva para proteger a integridade da informação e fortalecer os alicerces da democracia e dos direitos humanos. Juntos, podemos superar os desafios impostos pela propagação de desinformação e construir um futuro mais justo e transparente para todos.
Fonte: @ CNN Brasil
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