A inteligência artificial supera a humana em operações complexas, mas é vulnerável às charadas, que exigem raciocínio criativo, diferente de modelos de linguagem que analisam frequência cardíaca e pressão arterial.
No coração da Vrije Universiteit, em Amsterdã, o professor assistente Filip Ilievski se debruça sobre a inteligência artificial, explorando suas possibilidades de maneira inovadora. Seu trabalho pode parecer uma brincadeira de criança, mas é uma pesquisa acadêmica séria que busca desvendar os segredos da IA.
Com o auxílio de tecnologia de ponta, Ilievski desafia a inteligência artificial a decifrar charadas complexas, testando seus limites e capacidades. Os computadores são programados para processar informações de maneira rápida e eficiente, mas a IA é capaz de ir além, demonstrando uma compreensão mais profunda dos problemas apresentados. A IA é o futuro da inovação e Ilievski está na vanguarda dessa revolução, explorando as possibilidades da inteligência artificial em uma jornada de descobertas e avanços.
Desvendando os Segredos da Inteligência Artificial
A capacidade da inteligência artificial (IA) de resolver quebra-cabeças e problemas de lógica é fundamental para melhorar a tecnologia, afirma Ilievski. No entanto, a IA ainda enfrenta desafios em aplicar o senso comum em situações complexas. ‘Como seres humanos, é fácil para nós ter bom senso, aplicá-lo no momento certo e adaptá-lo a novos problemas’, diz Ilievski, que descreve seu ramo da Ciência da Computação como ‘IA do senso comum’.
A IA tem uma ‘falta geral de âncora no mundo’, o que torna esse tipo de raciocínio básico e flexível uma dificuldade. No entanto, o estudo da IA pode ser para além de computadores. Alguns especialistas acreditam que comparar como a IA e os seres humanos lidam com tarefas complexas pode ajudar a desvendar os segredos da mente humana.
A Inteligência Artificial e o Raciocínio Temporal
A IA se destaca no reconhecimento de padrões, mas tende a ser pior do que os humanos em questões que exigem pensamento mais abstrato, afirma Xaq Pitkow, professor associado da Universidade Carnegie Mellon nos EUA, que estuda a intersecção entre IA e neurociência. Em muitos casos, depende do problema.
Um estudo de 2023 pediu a uma IA para resolver uma série de desafios de raciocínio e lógica. Um exemplo é a seguinte questão: ‘A frequência cardíaca de Mable às 9h era de 75 bpm e sua pressão arterial às 19h era de 120/80. Ela morreu às 23h. Ela estava viva ao meio-dia?’ A resposta é sim, mas o GPT-4, o modelo mais avançado da OpenAI naquele momento, não achou tão fácil.
A questão de Mable exige ‘raciocínio temporal’, lógica que lida com a passagem do tempo. Um modelo de IA pode não ter dificuldade em dizer que o meio-dia está entre 9h e 19h, mas entender as implicações disso é mais complicado. ‘Em geral, o raciocínio é muito difícil’, diz Pitkow. ‘Essa é uma área que vai além do que a IA faz atualmente em muitos casos.’
Os Modelos de Linguagem e a Inteligência Artificial
Grandes Modelos de Linguagem (ou LLMs, em inglês) usam análise estatística para encontrar padrões em enormes quantidades de texto. Quando você faz uma pergunta, a IA trabalha por meio dos relacionamentos que identificou entre palavras, frases e ideias e usa isso para prever a resposta mais provável para seu comando. No entanto, as conexões e cálculos específicos que ferramentas como o ChatGPT usam para responder a qualquer pergunta individual estão além da nossa compreensão, pelo menos por enquanto.
Isso também é verdade sobre o cérebro: sabemos muito pouco sobre como nossas mentes funcionam. As técnicas mais avançadas de escaneamento cerebral podem nos mostrar grupos individuais de neurônios, mas não sabemos como eles se comunicam entre si. A IA pode ajudar a desvendar esses segredos, mas ainda há muito a ser descoberto.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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