Estudo global publicado no The Lancet revela que a taxa de diabetes dobrou entre 1990 e 2022. O Brasil soma 22 milhões de pessoas vivendo com a condição, considerada um Risk Factor por ser uma NCD, segundo a Organização Mundial da Saúde.
No Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, um relatório global publicado no periódico The Lancet revelou que o mundo conta com aproximadamente 828 milhões de adultos vivendo com diabetes, tanto tipo 1 quanto 2. Essa condição crônica afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e é fundamental que sejam tomadas medidas para controlar a diabetes e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.
De acordo com o relatório, cerca de 59% dos pacientes com mais de 30 anos não receberam tratamento adequado para a doença. Isso é especialmente preocupante, pois a diabetes tipo 2 é a forma mais comum da condição e pode ser controlada com mudanças no estilo de vida e tratamento médico. Além disso, a diabetes tipo 1 é uma condição crônica que requer tratamento contínuo para controlar os níveis de açúcar no sangue. É fundamental que as pessoas com diabetes tenham acesso a tratamento e cuidados adequados para gerenciar a condição e evitar complicações.
Diabetes: Uma Doença em Ascensão
De acordo com um estudo recente, a taxa global de Diabetes dobrou entre 1990 e 2022, com um aumento mais acentuado em países de baixa e média renda. Esses países costumam ter acesso limitado às terapias mais avançadas para controlar a condição. O estudo, realizado pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), analisou informações de 140 milhões de pessoas com mais de 18 anos presentes em mais de 1.000 estudos.
A Índia e a China concentram a maior parte dos casos de Diabetes, com 212 milhões e 148 milhões de pacientes, respectivamente. O Brasil aparece em sexto lugar com 22 milhões de pacientes. ‘Nosso estudo destaca as crescentes desigualdades globais em Diabetes, com taxas de tratamento estagnadas em muitos países de baixa e média renda, onde o número de adultos com Diabetes está aumentando drasticamente’, afirmou Majid Ezzati, professor do Imperial College London.
Desigualdades no Tratamento contra Diabetes
A falta de tratamento é a principal preocupação de Ezzati. ‘As pessoas com Diabetes tendem a ser mais jovens em países de baixa renda e, na ausência de tratamento eficaz, correm risco de complicações ao longo da vida – incluindo amputação, doença cardíaca, danos renais ou perda de visão – ou, em alguns casos, morte prematura’, explica. Embora o levantamento não tenha separado o Diabetes por tipo, há fortes indícios que a maior parcela de casos é do tipo 2, segundo os pesquisadores.
O grupo avaliou que a obesidade e os maus hábitos alimentares estão relacionados ao aumento dos índices de Diabetes tipo 2. ‘Considerando as consequências incapacitantes e potencialmente fatais do Diabetes, prevenir o Diabetes por meio de dieta saudável e exercícios é essencial para uma saúde melhor em todo o mundo’, afirmou Ranjit Mohan Anjana, do Madras Diabetes Research Foundation, na Índia.
Políticas Públicas para Combater o Diabetes
Ao todo, 445 milhões de pacientes com Diabetes não estavam recebendo medicamentos para controle da doença no ano de 2022, o último avaliado no estudo. Países da Europa Central e Ocidental, da América Latina, Canadá e Coreia do Sul estão no grupo que conseguiu melhorar as taxas de pacientes em tratamento para Diabetes desde os anos 1990 com índices superiores a 55%. No entanto, continuam distantes de cenários como o da Bélgica, onde 86% das mulheres e 77% dos homens estão em tratamento. O Dia Mundial do Diabetes é uma oportunidade para refletir sobre a importância de lutar contra essa pandemia que é um dos principais desafios de saúde pública do século XXI.
Fonte: @ Veja Abril
Comentários sobre este artigo