Especialistas investigam doença desconhecida em comunidade rural, com 394 casos de infecção e sintomas respiratórios, sob supervisão da Organização Mundial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está investigando uma doença misteriosa que já causou a morte de pelo menos 30 pessoas e afetou 394 indivíduos em uma comunidade rural de Kwango, localizada na província do sudoeste da República Democrática do Congo. A doença desconhecida tem gerado preocupação entre as autoridades de saúde, que buscam entender suas causas e consequências.
De acordo com os relatórios, a doença parece ter sido causada por uma infecção desconhecida, que pode ter sido transmitida por um patógeno ainda não identificado. A OMS está trabalhando para determinar a origem da doença e desenvolver estratégias para controlar sua propagação. Além disso, os especialistas estão considerando a possibilidade de que a doença possa ser relacionada a outras condições, como a malária ou o sarampo, que são comuns na região. A investigação está em andamento e os resultados devem ser divulgados em breve. A saúde pública é uma prioridade nesse momento.
Doença Desconhecida Afecta Comunidade Rural
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que especialistas foram enviados para a região de Panzi, na República Democrática do Congo, para apoiar as autoridades de saúde e realizar testes laboratoriais para determinar o agente responsável pelas infecções. A situação é preocupante, pois o país já está enfrentando um surto da linhagem mais letal da mpox, uma zoonose viral conhecida como varíola dos macacos e monkeypox.
A situação na comunidade rural de Panzi, localizada a mais de 700 km da capital Kinshasa, é monitorada desde a semana passada. Autoridades locais informaram que, entre 10 e 25 de novembro, a doença matou 143 pessoas. As pessoas infectadas apresentaram dificuldade para respirar, febre, tosse, dor de cabeça e anemia.
Investigação em Andamento
Devido aos sintomas respiratórios, a OMS e as autoridades locais estão investigando se os casos têm relação com a influenza (vírus causador da gripe) e a covid-19. Além disso, estão apurando outras doenças conhecidas, como malária e sarampo. ‘Nossa prioridade é fornecer suporte efetivo às famílias e comunidades afetadas. Todos os esforços estão em andamento para identificar a causa da doença, entender seus modos de transmissão e garantir uma resposta apropriada o mais rápido possível’, informou Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para a África.
A equipe da OMS é formada por epidemiologistas, clínicos, especialistas em prevenção de infecções e técnicos de laboratório. Eles levaram kits para coleta de amostras e para diagnóstico, além de medicamentos considerados essenciais. Assim que o patógeno for identificado, a OMS vai torná-lo público.
País em Situação de Fragilidade
A República Democrática do Congo está com o sistema de saúde sob pressão diante da quantidade de patógenos em circulação atualmente, inclusive a forma mais grave da mpox. ‘Por lá, circula o ebola, e eles estão tendo, ao mesmo tempo, um surto de mpox. A situação de saúde do país é bastante fragilizada’, diz Rosana Richtmann, médica infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
O clado Ib, que fez com que a OMS retomasse o status de emergência global para mpox e está em surto atualmente, leva a quadros mais graves e é mais letal. Enquanto a cepa anterior, o clado II, matava 1% dos acometidos, a nova versão chega a 10%. Segundo balanço da entidade com dados fechados em 3 de novembro, o país somava 1.647 casos. No cálculo com os episódios suspeitos, o número chegava a 10.875.
Investigação em Andamento
A OMS está investigando a situação e patógenos conhecidos estão em avaliação. ‘Pela sintomatologia, o mais provável é que seja uma doença infecciosa causada por um vírus de transmissão respiratória para ter esse número de casos. Mas pode ser um vírus da gripe ou covid com uma característica diferente’, diz Rosana Richtmann. As mortes podem estar relacionadas às dificuldades locais. ‘É uma zona rural, com poucos recursos e acesso limitado a serviços de saúde’, acrescenta.
Fonte: @ Veja Abril
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