Investidores monitoram dados de inflação no Reino Unido acima das estimativas, buscando proteção em ativos de refúgio e ajustando taxas de moeda.
O dólar continua a subir no mercado internacional, impulsionado pela crescente demanda por ativos de proteção em meio às tensões renovadas entre a Rússia e a Ucrânia. A instabilidade geopolítica é um fator-chave para a valorização do dólar. Além disso, os investidores estão atentos aos dados de inflação no Reino Unido, que superaram as expectativas de consenso.
A moeda norte-americana se consolida como um ativo de proteção em meio à incerteza global. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas, avançava 0,43%, para 106,66 pontos, perto das 8h45. A valorização do dólar é um reflexo da busca por segurança e estabilidade em um cenário de incertezas geopolíticas e econômicas. A proteção dos investimentos é um objetivo prioritário para muitos investidores.
Flutuações no Mercado Cambial
O euro experimentou uma queda de 0,54% em relação ao dólar, sendo negociado a US$ 1,0550, enquanto a libra esterlina caiu 0,30%, a US$ 1,2656. Ao mesmo tempo, o dólar subiu 0,68% frente ao iene, atingindo 155,78 ienes. Essas flutuações ocorreram em um cenário de tensão geopolítica, com a Ucrânia realizando seu primeiro ataque com mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA na Rússia, e a Rússia atualizando sua doutrina nuclear, reduzindo o limite para o uso de armas nucleares.
A alta do dólar é um lembrete aos investidores de que a moeda continua sendo a ‘moeda de refúgio seguro preferida do mundo’, ao lado do iene japonês e do franco suíço, segundo o Unicredit Research. Essa afirmação é feita em uma nota que destaca a força do dólar como um ativo de proteção em tempos de incerteza.
Impacto da Inflação e dos Salários
A alta do dólar ocorre mesmo em meio aos dados mais fortes de inflação britânica. O Escritório de Estatísticas Nacionais apontou que os preços ao consumidor avançaram 2,3% em relação a outubro do ano passado no Reino Unido, um aumento em relação à taxa de inflação de 1,7% registrada em setembro. Além disso, os salários na zona do euro aumentaram em um ritmo muito mais rápido durante os três meses até setembro, embora os sinais de uma desaceleração no próximo ano provavelmente aliviem as preocupações no Banco Central Europeu.
O BCE disse hoje que os salários definidos por meio de negociações entre empregadores e sindicatos ou órgãos semelhantes foram 5,42% maiores do que no ano anterior, uma retomada do aumento de 3,54% registrado nos três meses até junho. Foi o aumento mais rápido nos salários desde o início de 1993, o que pode ter um impacto significativo na taxa de inflação e na política monetária da zona do euro. O dólar continua sendo uma moeda de proteção em meio a essas flutuações econômicas, e sua força é um reflexo da confiança dos investidores em sua estabilidade.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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