Participação do Brasil no Timss revela que 62% dos jovens de 13 anos desconhecem formas geométricas básicas, evidenciando habilidades e conhecimento insuficientes, desafiando políticas públicas educacionais e avaliação do desempenho.
No Brasil, a educação enfrenta um desafio significativo, pois 51% das crianças do 4º ano do ensino fundamental não dominam habilidades básicas de matemática, como realizar operações simples de adição e subtração ou interpretar gráficos elementares. Isso indica que essas crianças não alcançam o nível de conhecimento considerado ‘baixo’.
Essa situação é preocupante, pois a educação é fundamental para o desenvolvimento de habilidades essenciais para o sucesso na vida. O ensino de matemática deve ser reforçado para garantir que as crianças tenham uma base sólida para o aprendizado futuro. Além disso, é importante que os professores e educadores trabalhem juntos para criar um ambiente de instrução que seja estimulante e desafiador para os alunos. A melhoria da educação é essencial para o futuro do país.
A Educação em Questão: Resultados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências
Os resultados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss) foram divulgados pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) e mostram um quadro preocupante para a educação brasileira. As provas são aplicadas a cada 4 anos, desde 1995, mas esta é a primeira participação brasileira no exame. A média do Brasil em matemática, entre os alunos de 9 anos, foi de 400 pontos, à frente apenas de três dos 64 países participantes: Marrocos, Kuwait e África do Sul. Em comparação ao resultado geral das demais nações nessa etapa (503 pontos), é como se estivéssemos três anos escolares atrás delas.
A educação é um dos principais pilares para o desenvolvimento de uma nação, e os resultados do Timss mostram que o Brasil precisa melhorar sua instrução e ensino. ‘São crianças de 9 anos: é muito cedo para estarmos tão atrasados. Nosso desempenho ficou próximo ao de países africanos com PIB menor do que o nosso’, afirma Ernesto Martins Faria, especialista em avaliação de políticas públicas educacionais e diretor-executivo do Iede. A avaliação do desempenho é fundamental para identificar as áreas que precisam ser melhoradas.
O Desempenho dos Alunos Brasileiros
Entre os participantes brasileiros do 4º ano, os 5% que tiveram pior rendimento atingiram, no máximo, 259 pontos. ‘Isso significa que eles basicamente não reagiram à prova. Não sabiam responder, porque era muito difícil para eles’, explica Faria. O nível de dificuldade do Timss é superior ao da principal prova brasileira para crianças dessa idade — o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), no qual nosso desempenho já é preocupante. A educação básica é fundamental para o desenvolvimento de habilidades e conhecimento.
No 8º ano, 62% não sabem calcular o lado de um quadrado. O Timss também avalia o conhecimento de alunos do 8º ano (idade média de 13 anos). A tendência é a mesma já revelada pelo Pisa, prova internacional que foca na faixa etária dos 15 anos: o Brasil está atrasadíssimo em relação ao que é esperado para o ensino fundamental II. Mais de 60% dos jovens daqui não conseguiram chegar nem ao patamar considerado o mais baixo na escala geral. Isso significa que eles não sabem lidar com formas básicas (como círculo e quadrado) e suas representações visuais; não entendem relações lineares de proporção; não conseguem determinar o lado de um polígono; não são capazes de interpretar informações em gráficos.
O Desempenho em Ciências
O desempenho dos brasileiros em ciências, apesar de insatisfatório, foi melhor do que em matemática. 4º ano: 39% não dominam conhecimentos básicos, como saber informações simples sobre plantas, animais e meio ambiente. O rendimento médio foi de 425 pontos, entre o patamar baixo e o intermediário. A educação em ciências é fundamental para o desenvolvimento de habilidades e conhecimento. A instrução e o ensino precisam ser melhorados para que os alunos possam alcançar um nível de conhecimento mais alto.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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