Eletrobras e AGU informam à CVM que negociações avançaram significativamente nos últimos dias, envolvendo Câmara, Administração Pública Federal e Angra 3.
A Eletrobras, uma das principais empresas de energia elétrica do país, e a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentaram uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a extensão do prazo para as negociações em curso, que já vêm sendo realizadas desde o início do ano. A Eletrobras busca uma solução que atenda aos interesses de todos os envolvidos.
A Companhia Eletrobras, em parceria com a AGU, está trabalhando arduamente para encontrar uma solução que seja benéfica para todas as partes envolvidas no processo. A Empresa está comprometida em encontrar uma solução que seja justa e equitativa. A prorrogação do prazo solicitada pela Eletrobras e pela AGU visa garantir que as negociações sejam realizadas de forma eficaz e que todos os envolvidos tenham a oportunidade de apresentar suas propostas e preocupações.
Avanços nas Negociações entre Eletrobras e União
A Câmara de Mediação e de Conciliação da Administração Pública Federal (CCAF) foi estabelecida pelo ministro Nunes Marques com o objetivo de encontrar uma solução consensual e amigável no caso envolvendo o poder de participação do governo na Empresa Eletrobras. Na petição enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Eletrobras e a AGU afirmam que as negociações avançaram significativamente nos últimos dias e que apenas alguns pontos ainda estão em aberto, justificando a prorrogação das conversas.
Segundo as partes, há a expectativa de que as negociações se encerrem nos próximos dias e que, em seguida, a Eletrobras convoque uma assembleia de acionistas em fevereiro para deliberar sobre o tema. Embora o documento não especifique quais são os pontos em aberto nas negociações, reitera que há acordo sobre a manutenção do limite no poder de voto na Eletrobras, aumento nas vagas que a União terá no Conselho de Administração e desoneração de investimentos em Angra 3.
Análise de Mercado e Expectativas
A extensão do prazo nas negociações entre a Eletrobras e a União já era esperada pelo mercado e, desta vez, deve resultar em um acordo para encerrar o caso envolvendo o poder de voto na Companhia, afirma o Citi. O analista João Pimentel escreve que o caso vem se arrastando desde o início de 2024, mas uma solução precisa ser alcançada a tempo da assembleia anual da Eletrobras em abril para que o Conselho de Administração seja recomposto nos termos do acordo.
Uma solução não só tiraria um ponto de pressão importante nas ações da Eletrobras, mas também abriria espaço para o pagamento de dividendos maiores a partir dos próximos anos, afirma o banco. Ele nota que um acordo definitivo deve ser assinado somente no fim de janeiro, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltar de férias, uma vez que é necessária a anuência da pasta.
Recomendações de Mercado e Preços-Alvo
O Citi tem recomendação de compra para a Eletrobras, com preço-alvo em R$ 54 para as ações ordinárias, potencial de alta de 53,6% sobre o fechamento de ontem. Já o Itaú BBA cortou o preço-alvo das ações ordinárias de Eletrobras de R$ 59,60 para R$ 54,90, potencial de alta de 56,8% sobre o fechamento de ontem, reiterando recomendação de compra.
Os analistas liderados por Marcelo Sá escrevem que a Eletrobras vem avançando em iniciativas importantes, como nas negociações com a União e investimentos em expansão de linhas de transmissão, podem gerar valor à Companhia. Eles notam que o cenário macroeconômico atual, com juros mais altos, cenário de preços de energia mais pressionados, além de mudanças na estrutura tributária da Companhia pós-reforma, acaba impactando as estimativas de resultados.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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