Empresas esperam um melhor momento do mercado de capitais para lançar ofertas públicas, devido a juros e câmbio voláteis.
No Brasil, existem várias empresas com grande potencial para realizar ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), de acordo com João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Essa afirmação foi feita durante um evento do Pinheiro Neto Advogados, realizado na última quinta-feira (12).
Segundo Nascimento, a demanda represada por IPOs é significativa, especialmente entre as empresas que buscam expandir seus negócios e aumentar sua visibilidade no mercado. Além disso, as companhias que optam por realizar IPOs podem se beneficiar de uma maior liquidez e acesso a recursos financeiros, o que pode ser fundamental para o crescimento e desenvolvimento de seus negócios. A escolha certa para as empresas é fundamental para o sucesso. Além disso, os emissores de ações devem estar preparados para enfrentar os desafios e responsabilidades que vêm com a abertura de capital.
Empresas aguardam o melhor momento para estrear na bolsa
As empresas estão esperando um melhor momento do mercado para estrear na bolsa, afirmou George Silva, vice-presidente sênior de mercado de capitais de ações do Itaú BBA. Embora não tenha revelado o número exato de companhias que estão aguardando, ele destacou que essas empresas estão preparadas para aproveitar a janela de oportunidade quando o mercado estiver mais favorável.
No ambiente das companhias já registradas, há uma janela de emissores aguardando o melhor momento para realizar os seus IPOs. Além disso, existe um expressivo número de empresas que ainda não são registradas como companhias abertas, mas que a CVM monitora e que teriam maturidade para abrir capital. Essas empresas estão ansiosas para aproveitar a oportunidade de estrear na bolsa e captar recursos para financiar seus negócios.
Volume de captações em 2024 foi um dos melhores
É errado dizer que não houve ofertas em 2024, afirmou George Silva. Este ano foi um dos melhores em termos de volume de captações, mas elas foram expressivas nos instrumentos de dívida. Desde 2021 que uma empresa não faz IPO no país, após 83 estreias na sequência em uma janela de dois anos. A alta do dólar e dos juros têm prejudicado o fluxo para a bolsa e atrasado os planos de estreia das empresas na emissão de ações.
Em contrapartida, muitos negócios estão preferindo emitir debêntures e Certificados de Recebíveis Agrícolas e Imobiliários (CRAs e CRIs) para se financiarem. O volume de ofertas de ações alcançou apenas R$ 21,8 bilhões em 2024, enquanto o volume de ofertas de debêntures, CRIs e CRAs atingiu 440,1 bilhões no mesmo período.
Companhias dependem de um melhor momento do mercado
As companhias dependem especialmente de um melhor momento do mercado para estrear na bolsa, afirmou George Silva. O interesse dos investidores pelos IPOs voltará à medida que o mercado tiver mais visibilidade e previsibilidade para os juros e para o câmbio. Ele aconselhou que as empresas estejam preparadas para essa safra nova estreias na bolsa e continuem se aproximando dos investidores, entregando melhores resultados e preparando o jurídico e o financeiro.
As empresas que escolhem fazer IPO em outro país costumam se basear em fatores que muitas vezes são mitos, afirmou Viviane Basso, vice-presidente de operações da B3. As empresas que fazem IPO em outro país têm a expectativa de ter mais acesso a investidores em mercados mais líquidos e com custos mais baixos, mas na verdade elas têm muita dificuldade de se desenvolver. As empresas ficam à margem dos mercados em que poucos investidores conhecem as companhias, e os custos são mais altos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo