Série sobre Valuation: avaliar e precificar ativos, empresas e projetos. Neste quinto artigo, abordaremos estrutura de capital, custo médio ponderado, fluxos de caixa descontados e taxa de desconto em relatórios de avaliação.
O WACC (Custo Médio Ponderado de Capital) é uma ferramenta fundamental em análises financeiras, utilizada em diversas áreas, incluindo empresas, projetos e produtos. No entanto, é comum observar que o WACC é aplicado de forma inadequada, desconsiderando aspectos teóricos e conceituais importantes.
Para calcular o WACC, é necessário considerar o custo de capital, que é o retorno esperado pelos investidores. O custo de capital é um componente crucial do WACC, pois reflete o custo de oportunidade dos investidores. Além disso, o WACC também leva em conta a estrutura de capital da empresa, incluindo a relação entre dívida e patrimônio líquido. É fundamental entender que o WACC é uma medida dinâmica e pode variar ao longo do tempo. Portanto, é essencial revisar e atualizar regularmente o cálculo do WACC para garantir que ele reflita as condições atuais do mercado e da empresa. Isso é especialmente importante em períodos de alta volatilidade econômica.
Entendendo o WACC: Erros Comuns em Relatórios de Avaliação
Ao utilizar a metodologia de fluxos de caixa descontados via WACC, é fundamental evitar erros comuns que podem afetar a precisão dos resultados. Neste artigo, vamos explorar cinco desses erros e como evitá-los.
O WACC, ou custo médio ponderado de capital, é uma taxa de desconto que considera os fluxos de caixa gerados pelos ativos após todas as despesas, incluindo impostos. No entanto, é importante lembrar que o WACC pressupõe que os ativos sejam 100% financiados por acionistas, ou seja, sem nenhuma dívida. Isso significa que o ajuste da estrutura de capital se dá precisamente pelo ajuste na taxa de desconto (WACC), e o benefício fiscal não pode ser contabilizado no fluxo de caixa porque já é considerado na taxa de desconto.
Um erro comum é trabalhar com os fluxos de caixa efetivos da companhia, considerando o efeito fiscal da dívida e descontando pelo WACC. Isso é um erro crasso, pois o benefício fiscal é considerado duas vezes, no fluxo e na taxa. Por exemplo, se o fluxo correto para ser descontado pelo WACC é de R$ 264 milhões, não é correto utilizar um valor diferente.
Outro erro comum é não considerar a premissa fundamental do WACC tradicional, que é que a estrutura de capital da empresa se manterá constante. A maioria dos relatórios não comenta essa premissa, o que é um erro grave. Um bom relatório de valuation que utilize o WACC de maneira tradicional precisa esclarecer que essa é uma importante premissa e argumentar em prol dessa premissa.
Além disso, é importante lembrar que a estrutura de capital pode mudar ao longo dos anos, especialmente em startups. Nesse caso, o correto seria utilizar WACCs que variam ao longo dos anos com a variação da estrutura de capital da empresa, até se atingir a estrutura considerada ótima e ‘de voo de cruzeiro’.
Ajustes no WACC: Quando a Fórmula Tradicional não Funciona
Há casos em que a fórmula tradicional do WACC não funciona e precisa ser ajustada. Por exemplo, quando aplicamos a perpetuidade com taxa de crescimento, a fórmula tradicional para o WACC não é mais válida. Além disso, em casos de companhias com ações preferenciais ou que remuneram seus acionistas com juros sobre capital próprio, a fórmula tradicional também não funciona.
Nesses casos, é importante utilizar fórmulas ajustadas que considerem as características específicas da empresa. Isso pode incluir a utilização de taxas de desconto diferentes para diferentes períodos de tempo ou a consideração de outros fatores que afetem o custo de capital.
Em resumo, o WACC é uma ferramenta importante para a avaliação de empresas, mas é fundamental evitar erros comuns e considerar as características específicas da empresa em questão. Ao utilizar o WACC de maneira correta, é possível obter resultados mais precisos e tomar decisões mais informadas.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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