Obra que liga avenidas Sena Madureira e Ricardo Jafet, na zona sul, atravessa duas comunidades e área pública, aguarda regularizar situação após processo judicial.
A discussão sobre a permanência de moradores em uma favela localizada na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, continua a gerar debate. A Favela Souza Ramos, que abriga uma comunidade de moradores que lutam para manter suas casas, está localizada em uma área que é, ao menos em parte, considerada pública. No entanto, a situação se complica devido à presença de terrenos particulares na região.
A questão da habitação é um dos principais pontos de discussão na Favela Souza Ramos. A falta de moradia adequada é um problema crônico em muitas favelas brasileiras, e a comunidade local está determinada a encontrar uma solução que permita a permanência de seus moradores na área. A luta pela moradia digna é um direito fundamental, e os moradores da favela estão dispostos a lutar para garantir que seus direitos sejam respeitados. A suspensão da obra e do corte de árvores, solicitada pelo Ministério Público de São Paulo, é um passo importante na direção certa, mas a batalha pela habitação adequada ainda está longe de ser vencida.
Dois Futuros Diferentes para Duas Favelas
As favelas Souza Ramos e Coronel Luís Alves, localizadas em lados opostos da rua na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, têm tamanhos e quantidades de habitantes semelhantes, mas desejam futuros muito diferentes em relação à obra do túnel que pretende ligar as avenidas Sena Madureira e Ricardo Jafet. Os moradores da favela Souza Ramos, que se encontra em área pública, lutam por regularizar a situação fundiária e permanecer em suas casas, que são suas moradias há décadas.
Laurenilda Maria dos Santos, 65 anos, resume a diferença entre as duas favelas: ‘Aqui a gente quer ficar, lá eles querem o dinheiro’. Ela se refere ao desejo de indenização dos moradores da favela do outro lado da rua. A comunidade Souza Ramos tem pelo menos 81 casas e cerca de 300 pessoas, e está em processo de regularização desde 2016.
Desejos de Indenização e Regularização
Já na comunidade Coronel Luís Alves, com pelo menos parte da área sobre terreno particular, os moradores ouvidos pela reportagem querem indenização a preço de mercado. Marisa Silva de Jesus, 44 anos, moradora da Luís Alves há 17 anos, reclama: ‘Se a gente tiver que sair, teria que ser para coisa melhor. O valor que oferecem não dá para comprar nem um barraco em outra comunidade’.
Eduardo Canejo, 61 anos, presidente da Associação de Moradores Souza Lopes, é arquiteto e acompanha o projeto do túnel da Sena Madureira desde 2010. Ele acredita que a obra não terá continuidade e que é absurda, mesmo no Brasil. Do outro lado da rua, na favela Coronel Luís Alves, Wallace Dias, 31 anos, morador da comunidade há duas décadas, fala pela comunidade e conta que receberam intimações da prefeitura e entraram com ação judicial de usucapião para ganhar a posse e vender valorizado, por valor de mercado.
Diferenças entre as Favelas
Embora as duas favelas estejam na área mais baixa da região, invisíveis para quem passa pelas principais vias da Vila Mariana, existem diferenças significativas entre elas. A comunidade Souza Ramos luta por regularizar a situação fundiária e permanecer em suas casas, enquanto a comunidade Coronel Luís Alves busca indenização a preço de mercado. Essas diferenças refletem as complexidades e desafios enfrentados pelas favelas em São Paulo.
Fonte: @ Terra
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