Estudo revela que, embora a maioria das mulheres deseje ser mãe, mais da metade não adota medidas para planejar sua saúde reprodutiva, incluindo preservação de fertilidade e congelamento de óvulos.
A falta de conhecimento sobre o planejamento reprodutivo ainda é uma realidade para muitas mulheres brasileiras, afetando diretamente a fertilidade. De acordo com uma pesquisa da farmacêutica Merck em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), mais da metade das brasileiras (55%) desconhecem opções de preservação de fertilidade, como o congelamento de óvulos, embriões ou sêmen.
Essa falta de conhecimento pode levar a problemas de infertilidade e afetar a maternidade planejada. Além disso, a reprodução assistida é uma opção cada vez mais procurada, mas muitas mulheres ainda não sabem como acessá-la. É fundamental que as mulheres tenham acesso a informações precisas e confiáveis sobre o planejamento reprodutivo e as opções de preservação de fertilidade para tomar decisões informadas sobre seu corpo e sua vida. A educação é a chave para uma maternidade saudável e planejada.
A Fertilidade e o Planejamento Reprodutivo
A pesquisa realizada com mulheres entre 25 e 45 anos revela que, apesar da crescente preocupação com a carreira e o patrimônio, muitas não consideram o planejamento reprodutivo como uma prioridade. Isso é refletido nos dados que mostram que, embora 71% das mulheres entre 25 e 35 anos tenham a intenção de ter filhos, o planejamento para a preservação da fertilidade parece distante para grande parte delas. A fertilidade é um aspecto importante da saúde reprodutiva, e a falta de planejamento pode levar a problemas de infertilidade.
Segundo o levantamento, embora os métodos para a preservação da fertilidade sejam pouco discutidos e compreendidos, as mulheres de 36 a 45 anos têm um nível ligeiramente superior de familiaridade com essas opções. Além disso, quando o assunto é a legislação brasileira sobre reprodução assistida, 68% das mulheres não sabem quais são seus direitos, especialmente no que diz respeito ao acesso ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A especialista em reprodução humana, Melissa Cavagnoli, destaca que a preservação da fertilidade precisa ser considerada com antecedência.
A Importância da Saúde Reprodutiva
Mulheres que querem ter filhos precisam se planejar e pensar no seu futuro reprodutivo, pois a partir dos 36 anos temos menos óvulos e com menor qualidade. A idade por si só já é um fator de infertilidade. Aconselhamento médico é fundamental para a preservação da fertilidade. A pesquisa mostra que apenas 19% das mulheres buscam ativamente aconselhamento médico sobre preservação de fertilidade. O ideal é que, a partir dos 30 anos, as mulheres façam uma avaliação da reserva de óvulos.
A falta de orientação profissional é um fator crucial que contribui para a baixa procura por métodos de preservação da fertilidade. Quando questionadas, 72% das mulheres afirmaram que não foram informadas por médicos sobre o congelamento de óvulos ou sobre os benefícios de buscar aconselhamento sobre a fertilidade antes de uma certa idade. A falta de envolvimento masculino nos cuidados com a fertilidade também reflete um grande desafio.
Barreiras Econômicas e Sociais
A pesquisa também trouxe a percepção das mulheres sobre o custo dos tratamentos de preservação de fertilidade. A maioria das entrevistadas (77%) considera esses tratamentos extremamente caros e inacessíveis, com muitas considerando que o custo impede a possibilidade de buscar essas alternativas. Além disso, a falta de envolvimento masculino nos cuidados com a fertilidade também reflete um grande desafio. Vivemos numa sociedade muito machista e o homem ainda associa muito a fertilidade com a sua masculinidade. A maternidade e a reprodução são aspectos importantes da vida das mulheres, e a falta de planejamento e a falta de acesso a informações e recursos podem levar a problemas de infertilidade e outros problemas de saúde reprodutiva.
Fonte: @ Veja Abril
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