Tema retirado da pauta do Congresso Nacional: riscos do uso de dispositivos eletrônicos para fumar.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviou um comunicado ao Senado Federal expressando apreensão caso os cigarros eletrônicos sejam autorizados no Brasil. O Projeto de Lei (PL) 5008, que aborda esse assunto, estava agendado para votação nesta terça-feira (20) no Congresso Nacional, mas foi removido da agenda do dia.
A Fiocruz destacou em sua carta a preocupação com a possível liberação dos cigarros eletrônicos ou vapes no mercado brasileiro, enfatizando os riscos à saúde pública. A organização ressaltou a importância de se manter a proibição desses dispositivos para proteger a população de potenciais danos à saúde.
Cigarros Eletrônicos e os Riscos para a Saúde Pública
No relatório divulgado pelo Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde [Cetab/Ensp/Fiocruz], a instituição expressa sua concordância com a Resolução RDC 855/2024 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que proíbe a comercialização, fabricação, importação e publicidade dos cigarros eletrônicos. A Fiocruz reforça seu alinhamento com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e de organizações da sociedade civil, como a Associação Médica Brasileira (AMB) e a ACT Promoção da Saúde, que alertam sobre os riscos do uso desses dispositivos eletrônicos fumasse.
Uma das questões destacadas no documento é o alerta emitido pela OMS em 2023, que aborda os potenciais efeitos adversos dos cigarros eletrônicos para a saúde pública. A OMS ressalta os danos respiratórios, cardiovasculares e neurotóxicos associados ao uso desses dispositivos, além da preocupação com os impactos a longo prazo.
A Fiocruz também critica as estratégias de marketing adotadas pelos fabricantes de cigarros eletrônicos, que têm como alvo principal o público jovem, apesar das alegações de serem destinados apenas a fumantes adultos. A presença de publicidade em redes sociais e o patrocínio de eventos evidenciam a intenção clara de atrair consumidores mais jovens, expondo-os a riscos significativos.
Em sua comunicação ao Senado, a Fiocruz destaca que, ao contrário do que afirmam os fabricantes, os cigarros eletrônicos aumentam o risco de dependência à nicotina e expõem os usuários a substâncias cancerígenas, como nitrosaminas, formaldeído, acetaldeído, amônia, benzeno e metais pesados. Além disso, esses dispositivos contêm solventes como glicerina e propilenoglicol, juntamente com uma variedade de aromatizantes e saborizantes que atraem especialmente crianças e jovens, incentivando a experimentação precoce e a rápida dependência de nicotina.
Fonte: @ Agencia Brasil
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