Investidores dividem expectativas entre desempenho das empresas nos balanços do terceiro trimestre e movimento dos juros no Brasil e EUA, enquanto aguardam o pacote fiscal.
O Ibovespa permaneceu estável na quinta-feira (14), um dia antes do feriado nacional de Proclamação da República. Sem grandes movimentações, o índice não conseguiu avançar significativamente, apesar do desempenho positivo da Petrobras, que tentou impulsionar o mercado.
No entanto, a falta de impulso da Vale, outro peso-pesado do Ibovespa, limitou o avanço do índice. A Bolsa de Valores precisou contar com a Petrobras para evitar um fechamento negativo no dia. O Mercado, que costuma ser influenciado pelas ações dessas empresas, permaneceu cauteloso, aguardando novos sinais para definir a direção do Ibovespa. O Índice, que é um importante indicador do desempenho do mercado, continuou a refletir a incerteza dos investidores.
O Ibovespa em compasso de espera
O mercado financeiro brasileiro permanece em um estado de incerteza, aguardando o anúncio do pacote de corte de gastos prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Enquanto isso, os investidores estão avaliando o desempenho das empresas no balanço do terceiro trimestre e o movimento dos juros no Brasil e nos Estados Unidos. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, permaneceu estável, com um avanço leve de 0,05%, fechando em 127.792 pontos, seu patamar mais baixo em três meses. Em novembro, o índice já recuou 1,48%, e no acumulado do ano, as perdas são de 4,76%.
O volume negociado entre as 86 ações da carteira teórica foi de R$ 21 bilhões, ante a média diária de R$ 16,5 bilhões dos últimos 12 meses. O giro forte se deve ao vencimento de contratos de opções, que geraram mais movimentações na Bolsa. Durante o dia, o índice chegou a pegar fôlego na expectativa de que um comunicado em torno do corte de despesas pudesse vir em breve. No entanto, à medida que o dia chegava ao fim, a Bolsa voltou ao marasmo.
O impacto do dólar e dos juros
O dólar comercial avançou 0,91% na semana e registrou queda de 0,01% na quinta-feira, fechando em R$ 5,79. No mês, o dólar avança 0,14% e 19,31% no ano. O real já vinha sofrendo com a retirada de recursos estrangeiros, desvalorização das commodities e os juros altos nos Estados Unidos. No entanto, o agravamento da percepção de risco fiscal deixou tudo ainda pior. A eleição do presidente Donald Trump para a Casa Branca acrescenta uma dose de incerteza que também leva a um aumento na busca por dólar, o que enfraquece outras moedas, sobretudo aquelas de países emergentes como o Brasil.
O mercado de juros
Nos Estados Unidos, os juros subiram mais uma vez, após comentários do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell. Segundo ele, não há pressa para cortar as taxas. A economia americana se mostra forte, o que pode desacelerar a redução de juros que o mercado tanto anseia. Por falar em juros, o dia foi de avanço para os retornos dos contratos futuros de Depósito Intrabancário. Em toda a curva de 10 anos, houve um aumento nas taxas, sendo o mais forte para os contratos de vencimento mais longo. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 foi de 13,18% para 13,21% ao ano.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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