Mulher de 81 anos descobre litopédio em gestação ectópica, causando infecção grave no Hospital Regional Dr. José de Simone Netto.
Depois de muitos anos, uma idosa de 81 anos foi surpreendida ao descobrir que tinha um feto calcificado no seu corpo. Ao buscar atendimento médico no Hospital Regional Dr., os exames revelaram a presença do feto que já estava petrificado há anos, sem que ela soubesse.
Esse caso de feto calcificado é bastante incomum e até assustador, lembrando histórias de bebês de pedra que despertam a curiosidade e o espanto das pessoas. O fato do feto se calcificar dentro do corpo da mulher é algo raro e que pode gerar diversas perguntas e dúvidas sobre o que teria acontecido na gestação.
Idosa morre após cirurgia para retirada de feto calcificado
José de Simone Netto, de Ponta Porã (MS). A idosa faleceu após a cirurgia para tentar extrair o feto calcificado, que desencadeou sepse na paciente. De acordo com o comunicado do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto enviado à CNN, ‘a paciente em questão deu entrada na unidade em 14 de março com infecção grave.
Dez dias antes da hospitalização, a paciente sofreu uma queda e permaneceu, conforme seu relato, com dores e mal-estar – optando por buscar os serviços hospitalares apenas na semana seguinte’. Ela foi transferida para o hospital já em estado gravíssimo. Leia mais Exercícios físicos podem auxiliar pacientes com câncer de mama avançado Dengue afeta com maior severidade crianças de até 5 anos, demonstra análise Riscos de perda auditiva na velhice são diversos para homens e mulheres ‘Ao realizar exames, durante tomografia computadorizada foi identificada a presença de feto calcificado – condição rara conhecida como litopédio, decorrente de uma gestação ectópica que resulta em morte fetal e calcificação’, explicou o comunicado do Hospital Regional de Ponta Porã.
Diante da infecção detectada, a equipe médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) optou pela cirurgia de emergência, com o objetivo de remover o feto e controlar o processo infeccioso’, continua a nota da instituição. Segundo o hospital, a cirurgia para retirada do feto foi adotada como medida para tentar evitar o óbito da mulher, diante do quadro de sepse — condição desencadeada por uma inflamação que se espalha pelo organismo diante de uma infecção. No entanto, a paciente veio a óbito mesmo com a realização da cirurgia.
A direção e profissionais do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto lamentam o falecimento da paciente e se solidarizam com familiares e amigos. Importante ressaltar que a unidade ofereceu suporte e diálogo com os familiares, que ainda podem contar com apoio psicológico do hospital’, acrescentou a nota.
Bebê de pedra e litopédio: casos raros de feto calcificado
Um caso semelhante ficou conhecido nas redes sociais no ano anterior, em que uma idosa de 84 anos residente em Natividade, interior do Tocantins, descobriu que carregava um feto de sete meses calcificado em seu corpo há mais de 40 anos. Os especialistas chegaram a descrever o caso como ‘bebê de pedra’. Na ocasião, Mariana Betioli, obstetriz especialista em saúde íntima e CEO da Inciclo, explicou à CNN que o acontecido é possível e é denominado na medicina como ‘litopédio’, quando o feto acaba se desenvolvendo fora do útero.
Ele não tem condições de se desenvolver no abdômen, então acaba falecendo com o decorrer dos meses. Depois disso, se não retirado do corpo, os tecidos ressecam e acabam se calcificando.’Essa é uma condição muito rara. Acontece quando é uma gestação ectópica, em que o feto morre e não é reabsorvido pelo organismo da mãe e se calcifica.
É como se se formasse uma concha de cálcio envolta do feto, 60% dos casos ocorre com mulheres acima dos 40 anos’, detalhou a especialista. O fato pode ocorrer por negligência à remoção do feto do organismo, assim que se tem conhecimento de que está morto.
Os fatores podem estar associados com a falta de conhecimento e acesso à saúde por uma população mais carente. Mariana ressaltou que a mulher pode nem perceber a calcificação, dificultando ainda mais a identificação do feto morto ali: ‘Normalmente a mulher não apresenta sintomas, por isso essa condição acaba sendo diagnosticada por acaso somente anos após a gravidez’.*Com informações de Nicoly Bastos, da CNN
Fonte: © CNN Brasil
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