Cerca de 200 milhões de hectares foram queimados ao menos uma vez no país, de acordo com levantamento feito por satélites Landsat e inteligência artificial. Área total afetada inclui vegetação nativa.
Quase 200 milhões de campos de futebol do tamanho do Maracanã – é esse o tamanho de área do Brasil que foi alvo de queimas pelo menos uma vez entre 1985 e 2023. Segundo dados do MapBiomas Fogo, foram 199,1 milhões de hectares que já foram atingidos pelo fogo no país. Esse dado representa 23% do território brasileiro. A Coleção 3 do MapBiomas com essas informações foi divulgada nesta terça-feira (18).
As queimas e incêndios florestais são questões preocupantes que afetam diretamente a biodiversidade e o equilíbrio ambiental. Os focos de queimas têm impactos significativos no ecossistema, exigindo ações urgentes para prevenção e controle desses eventos. É fundamental promover a conscientização e adotar medidas sustentáveis para proteger nossas florestas e reduzir os danos causados pelas queimas florestais. Juntos, podemos contribuir para a preservação do meio ambiente e combater os efeitos negativos dessas ocorrências.
Estudo revela impacto das queimas florestais no Brasil ao longo de quase quatro décadas
O levantamento abrangeu dados obtidos por meio dos satélites Landsat 5, 7, 8 e 9, fornecidos pela Nasa, e utilizou técnicas avançadas de inteligência artificial para analisar a extensão das queimas florestais. Ao longo do período de 1985 a 2023, mais de 851 milhões de hectares do território brasileiro foram objeto de escrutínio.
Uma das descobertas mais impactantes foi a identificação de uma área total de 199,1 milhões de hectares afetada pelas queimadas no Brasil durante o intervalo de tempo estudado. Essa dimensão é superior à de países como o México, Peru, França e Espanha, destacando a gravidade do problema das queimas florestais no país.
Os dados revelaram que cerca de 68,4% da área queimada correspondia a vegetação nativa, enquanto 31,6% estava distribuída entre áreas de pastagem e agricultura. Isso equivale a uma média anual de 18,3 milhões de hectares afetados pelo fogo, sendo que somente em 2023 foram registrados 16,2 milhões de hectares queimados.
Além disso, constatou-se que aproximadamente 43% das áreas atingidas pelas queimadas haviam sido queimadas pela última vez entre 2013 e 2022. Essa recorrência do fogo, principalmente em biomas como a Amazônia, levanta sérias preocupações ambientais e ecológicas, prejudicando a biodiversidade e a capacidade de regeneração dos ecossistemas.
Felipe Martnexen, pesquisador do IPAM, ressaltou que as queimadas recorrentes tornam as florestas mais vulneráveis a novos incêndios, desencadeando um ciclo de degradação contínua. Ele alertou que práticas inadequadas, desmatamento e mudanças climáticas contribuem para a intensificação desse ciclo prejudicial.
A temporada de seca, que ocorre entre julho e outubro, é responsável por 79% das queimadas no Brasil, com setembro sendo o mês mais crítico, respondendo por 33% do total de ocorrências. Em termos de distribuição geográfica, os estados mais afetados foram o Mato Grosso, Pará e Maranhão, que juntos somaram mais de 92 milhões de hectares queimados.
O Pantanal foi o bioma mais impactado pelas queimas, seguido pelo Cerrado e pela Amazônia, que registraram 88,5 milhões e 82,7 milhões de hectares afetados, respectivamente. Esses números evidenciam a urgência de ações para conter e reverter os danos causados pelas queimas florestais no Brasil.
Fonte: @ CNN Brasil
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