Pessimismo contamina análises e perspectivas econômicas futuras, afetando ajuste fiscal, taxa Selic e contas públicas, sob avaliação do Comitê de Política Monetária, que monitora o Produto Interno Bruto.
No mercado financeiro, observamos uma tendência preocupante nos últimos quatro meses, com uma deterioração significativa das condições financeiras. Essa situação é atribuída, em grande parte, ao aumento do risco fiscal, que tem sido um tema recorrente entre os participantes do mercado financeiro.
Essa mudança no cenário econômico começou a se desenhar após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro, quando o Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa Selic. Essa medida teve um impacto direto no setor financeiro, afetando a economia como um todo. Além disso, o sistema financeiro também sofreu com a incerteza gerada por essa mudança, o que pode ter contribuído para a deterioração das condições financeiras no mercado financeiro.
O Mercado Financeiro e a Economia em Movimento
O Banco Central (BC) justificou sua decisão de aumentar a taxa de juros, argumentando que a economia estava excessivamente aquecida e havia um risco real de reajustes generalizados de preços. No entanto, essa medida tem um impacto fiscal significativo para o país. Em situações como essa, é prudente realizar um ajuste nas contas públicas para aumentar a arrecadação ou reduzir as despesas, a fim de enfrentar o custo mais elevado para financiar a dívida do Tesouro Nacional.
O mercado financeiro está atento à relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de tudo que é produzido pelo país em um ano. O ajuste fiscal precisa compensar os juros mais elevados, mas sem comprometer o crescimento da economia. Caso contrário, a relação entre a dívida do governo e o PIB não se estabiliza.
O governo propôs e aprovou um ajuste fiscal que resultará em uma economia de gastos ao longo do tempo. No entanto, houve críticas às propostas apresentadas. Alguns argumentaram que os cortes foram muito tímidos e que o ajuste necessário deveria eliminar a correção do salário mínimo acima da inflação, desvincular as aposentadorias do valor da remuneração dos trabalhadores na ativa e reduzir o ritmo de crescimento dos demais benefícios sociais.
Outros criticaram a comunicação do pacote fiscal, argumentando que o governo não deveria ter misturado o anúncio das medidas de ajuste com a proposta de um pacto redistributivo. Desde setembro, o dólar subiu 9% em relação ao real, a taxa de juros de mercado para o ano fechado de 2025 aumentou para mais de 15% e a projeção para a inflação 12 meses à frente subiu 1,1 ponto percentual, ficando em 4,9% e acima do teto da meta de inflação para os próximos anos.
O Setor Financeiro e o Sistema Financeiro em Alerta
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC indicou que pretende fazer mais dois ajustes de um ponto percentual da taxa Selic nos encontros dos meses de janeiro e março. Isso significa que a Selic iria para 14,25% ao ano. Além disso, as intervenções no mercado de câmbio tiveram resultado ainda incerto.
O temor agora é que o começo de 2025 seja marcado por uma série de reajustes de preços que irão elevar os índices de inflação. As empresas do setor de varejo estão liderando a indicação dos aumentos. Nesse ambiente, o investidor fica preso numa série de sentimentos negativos que são tradicionalmente bem explorados pelos algoritmos das redes sociais.
Por exemplo, o arrependimento por não ter mandado dinheiro para o exterior quando o dólar estava numa cotação mais baixa. Hoje em dia é relativamente simples investir em moeda estrangeira, seja através de produtos financeiros locais vinculados à variação de ativos financeiros cotados no exterior, abertura de contas em corretoras internacionais ou mesmo ter uma conta virtual em moeda estrangeira.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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