Investidores recuam de títulos isentos devido ao risco de taxação extra. Alocadores recomendam diversificação para evitar imposto de renda e carga tributária.
A busca por investimentos que não gerem imposto de renda diminuiu consideravelmente nos últimos dias. Isso ocorreu após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar a possibilidade de uma nova taxação que poderia atingir até 10% os rendimentos que ultrapassam os R$ 600 mil por ano (ou R$ 50 mil por mês). Com isso, os especialistas financeiros recomendam ter mais cuidado ao escolher esse tipo de ativo, pois a carga tributária pode aumentar significativamente.
Essa mudança na política tributária pode afetar diretamente a escolha de investimentos que antes eram considerados isentos de imposto de renda. Agora, os investidores precisam considerar a possibilidade de uma taxação mais alta e como isso pode afetar seus rendimentos. Além disso, é importante lembrar que o imposto de renda é um tributo importante para o governo, e qualquer mudança na sua estrutura pode ter impactos significativos na economia. Portanto, é fundamental estar atento às mudanças na política tributária e ajustar suas estratégias de investimento de acordo.
Impacto do Novo Imposto na Renda Fixa
Se o imposto for aprovado, o investimento isento de imposto de renda pode ter rendimentos significativamente piores do que a renda fixa não isenta. A grande questão é que o tributo incide sobre o rendimento, o que não isentará ativos que tenham sido comprados antes da mudança de regra ser aprovada. Essa mudança coloca à mesa a insegurança em relação à precificação dos ativos.
Isso ficou expresso na falta de interessados no leilão ‘Rota da Celulose’, que prevê a concessão de trechos de rodovias estaduais e federais totalizando 870,3 quilômetros pelo período de 30 anos. Previsto para acontecer no início de dezembro, o leilão foi adiado para o primeiro trimestre de 2025. Na visão do governo, esse foi um movimento natural em razão da volatilidade do mercado e das taxas futuras de juros terem subido muito. Mas fato é que os investidores também passaram a calcular o impacto do (provável) novo imposto.
O Novo Imposto e a Carga Tributária
Se aprovado, o imposto incidirá em 2026 e trará um novo componente de análise para a composição da carteira: de onde vem a maior fonte de renda do investidor. Pelo que foi apresentado até agora, a ideia é que os investidores paguem um IR mínimo de 10%, considerando rendas tributadas (títulos não isentos e salários) e não tributadas (títulos isentos e dividendos). Quem estiver abaixo dessa alíquota, pagará o imposto complementar. Isso significa que, dependendo da fonte de renda do investidor, ele está mais longe ou mais perto dessa marca.
Enquanto os investidores CLT já são tributados em 27,5% na fonte (alíquota para renda acima de R$ 4.664,68), os empresários têm rendimentos mensais por dividendos de suas empresas, que são isentos. E os empresários que já venderam as suas companhias e vivem de rendimentos precisam estar atentos ao mix entre isentos e não isentos para não cair em uma alíquota inferior a 10% e ter taxação extra.
A Importância da Fonte de Renda
O fator peso da fonte de renda passará a ser importante na decisão de investimento. Quem é CLT terá mais espaço para ter isentos na carteira do que aquele que tem sua fonte de renda em dividendos, afirma Odilon Costa, estrategista de renda fixa e crédito privado do grupo SWM, com cerca de R$ 7 bilhões sob custódia.
O novo imposto na ponta do lápis O especialista fez uma simulação de quanto aumentaria a carga tributária de investidores para quem tem rendimento anual de R$ 1,2 milhão e compartilhou com exclusividade com o NeoFeed. Foi levado em conta as informações passadas até agora pelo governo de que o imposto extra incidirá sobre os rendimentos acima de R$ 600 mil por ano para quem tiver uma alíquota efetiva menor que 10%. A carga tributária para a renda fixa não isenta considerada foi de 15%, elegível para investimentos com mais de dois anos. Não foi considerada a hipótese de tributação de dividendos na fonte – algo que ainda está em discussão.
Fonte: @ NEO FEED
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