A Polícia Civil de SP investiga possível irregularidade na administração do presidente Duílio e contratos de empresa intermediária.
A Polícia Civil do Estado de São Paulo está apurando a participação de uma possível ‘laranja’ no esquema de pagamento de comissão do contrato do Corinthians com a patrocinadora principal VaideBet, conforme informações da reportagem da ESPN. A investigação teve início na última semana no Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC) e está sob responsabilidade da terceira delegacia especializada em casos de lavagem de dinheiro, chefiada pelo delegado Tiago Fernando Correia. O inquérito foi aberto com base no artigo 5, parágrafo 3 do Código Penal, que estabelece que qualquer pessoa pode denunciar a existência de crimes que demandem ação pública.
O DPPC, que já investigou anteriormente possíveis delitos financeiros no Corinthians, em novembro de 2023, durante a gestão do presidente Duílio Monteiro Alves, agora está focado em desvendar a possível atuação de um testaferro ou interposta pessoa no esquema de lavagem de dinheiro. A suspeita é de que essa ‘laranja’ tenha sido utilizada para ocultar a real destinação dos valores envolvidos no contrato de patrocínio, o que levanta preocupações sobre a transparência nas transações financeiras do clube.
Investigação em andamento envolvendo ‘laranja’ e intermediários
Na ocasião, entretanto, nenhum indício foi descoberto. A expectativa, de acordo com informações obtidas, é que indivíduos mencionados na apuração sejam convocados para prestar depoimento em breve. Isso inclui membros da administração, a alegada ‘laranja’ e o proprietário da empresa que atuou como intermediária na transação. A possível presença de uma ‘laranja’ ligada à empresa intermediária do contrato entre Corinthians e VaideBet veio à tona após a divulgação de um artigo do jornalista Juca Kfouri, no ‘UOL’.
Contrato suspeito e notificação extrajudicial
O Corinthians enviou uma notificação extrajudicial à Rede Social Media Design Ltda, responsável pela intermediação do acordo, exigindo esclarecimentos sobre as notícias de transferências, uma no montante de R$ 580 mil e outra de R$ 462 mil, para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, empresa supostamente associada a Edna Oliveira dos Santos como sócia. Segundo reportagem do UOL, o endereço fiscal da empresa está situado em um edifício comercial na Avenida Paulista, em um escritório de ‘coworking’, porém nunca teria sido frequentado por alguém da Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda.
Denúncias e negações
Edna, mencionada como sócia e residente em Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, nega ser proprietária da empresa. Atuando como intermediária no contrato entre Corinthians e VaideBet, a Rede Social Media Design Ltda tem como sócio Alex Fernando André, conhecido nos bastidores como Alex Cassundé. Este último foi indicado por Sergio Moura, contratado na gestão como superintendente de marketing de Augusto Melo durante a campanha eleitoral à presidência. Os pagamentos de R$ 700 mil, com intervalo de três dias, foram realizados sem a autorização do diretor financeiro Rozallah Santoro, e autorizados por Marcelo Mariano, diretor administrativo.
Desdobramentos e posicionamentos
Sergio Moura anunciou seu afastamento temporário do cargo de superintendente de marketing para se defender das acusações. Alegando ser vítima de perseguição política, ele afirmou que tomaria medidas legais contra as acusações. Marcelo Mariano permaneceu em sua posição. A VaideBet se pronunciou publicamente pela primeira vez sobre as acusações, informando que tem solicitado esclarecimentos desde abril e que está acompanhando de perto o desenrolar do caso. A empresa realizou reuniões com o Corinthians e enviou comunicados à diretoria, buscando esclarecimentos sobre o contrato de patrocínio.
Fonte: @ ESPN
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