Escolas privadas no Brasil abaixo da média no Pisa. Especialistas apontam fatores. A busca por melhor educação é necessária.
Em busca de ampliar o horizonte educacional de suas crianças, diversas famílias no Brasil optam por investir em instituições de ensino particulares, acreditando que essa escolha possa proporcionar um melhor acesso à educação. Contudo, é importante ressaltar que simplesmente escolher uma escola privada não garante automaticamente um ensino de qualidade. É fundamental que as famílias estejam atentas e participem ativamente do processo de educação de seus filhos, seja qual for a instituição escolhida.
Além disso, é essencial que haja um comprometimento conjunto entre pais, professores e gestores escolares para promover uma educação de excelência. A qualidade do ensino não deve ser medida apenas pela estrutura física da escola ou pelo valor das mensalidades, mas sim pelo engajamento de todos os envolvidos no desenvolvimento acadêmico e pessoal dos estudantes. É um trabalho em equipe que contribui significativamente para a formação integral dos alunos.
Melhor oportunidade de educação: entenda os desafios do ensino brasileiro
Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) revelam que, apesar de não ter havido uma deterioração nas notas de matemática, leitura e ciências durante a pandemia, os alunos brasileiros permanecem estagnados em níveis preocupantemente baixos de aprendizado, muito aquém da média global. A avaliação de 2022 evidenciou um desempenho abaixo do esperado em todas as faixas de renda, inclusive entre os estudantes mais favorecidos e as escolas particulares, que não conseguiram atingir a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Enquanto a média de pontos do Brasil no Pisa foi de 379 em matemática, 93 pontos abaixo da média da OCDE de 472, as escolas privadas alcançaram 456 pontos. Embora superem a média nacional, ainda ficam aquém dos padrões internacionais. Surpreendentemente, nem mesmo os estudantes mais privilegiados no Brasil conseguiram igualar a média da OCDE em matemática, sendo superados por seus pares em nações como Turquia e Vietnã, que obtiveram pontuações acima de 500.
A pandemia teve um impacto significativo no ensino, afetando também as escolas particulares, embora elas representem uma parcela relativamente pequena da educação básica no país. Com 9,4 milhões de matrículas em escolas privadas de um total de 47,3 milhões registradas em 2023, a representatividade dessas instituições é limitada. A escassez de estudos acadêmicos sobre a qualidade do ensino privado é um sintoma desse desequilíbrio, com a maioria das pesquisas focando no ensino público.
O pesquisador Ocimar Munhoz Alavarse, doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP), se destaca nesse cenário ao dedicar décadas à análise das estatísticas de avaliação educacional, como o Pisa e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional da Faculdade de Educação da USP, Alavarse aponta que o Pisa atual reflete o impacto da pandemia, inclusive nas escolas particulares, que conseguiram manter resultados relativamente estáveis.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
Comentários sobre este artigo