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Nigel Farage será o candidato do Partido Reformista de direita nas eleições do próximo momento, com apoio dos eleitores e articuladores do partido.
Nigel Farage, um dos principais articuladores da saída do Reino Unido da União Europeia (conhecido como Brexit), anunciou nesta segunda-feira (3) que concorrerá nas eleições do próximo mês e assumirá a liderança do Partido Reformista de direita, em um golpe significativo para o atual primeiro-ministro Rishi Sunak.
O Brexit continua a ser um tema central na política britânica, com Farage buscando capitalizar sua influência e defender a saída do Reino Unido da União Europeia. Sua candidatura nas eleições promete agitar ainda mais o cenário político, desafiando diretamente a liderança de Sunak e reacendendo o debate sobre os rumos do país após a saída da UE.
Farage e o Brexit: Reviravolta Surpreendente
A reviravolta surpreendente de Farage, agora atuando como apresentador de TV, está gerando um impacto significativo no perfil de seu movimento político. Essa mudança inesperada está desafiando os conservadores de Sunak pela conquista do apoio dos eleitores de direita, em um momento em que o partido do governo se encontra em desvantagem nas pesquisas em relação ao Partido Trabalhista.
Farage, com seus 60 anos de idade, havia anteriormente declarado sua intenção de não participar da votação de 4 de julho, visando auxiliar Donald Trump nas eleições nos EUA. No entanto, ele reconsiderou sua posição, sentindo-se culpado por não defender aqueles desiludidos com a política e que sempre o apoiaram.
Em uma coletiva de imprensa, Farage afirmou: ‘Vamos ser a voz da oposição. Já fiz isso antes, farei de novo e surpreenderei a todos.’ Ele reconheceu a liderança do Partido Trabalhista nas pesquisas, mas expressou seu desejo de posicionar o movimento reformista como o principal oponente.
O político destacou sua intenção de liderar uma ‘revolta política’ no Reino Unido, criticando o funcionamento atual do país, especialmente em relação aos serviços públicos, como a área da saúde. Apesar de suas tentativas anteriores sem sucesso de se eleger para o Parlamento, Farage continua sendo uma figura influente na política britânica, pressionando os líderes a adotarem posturas mais rígidas em relação à União Europeia e à imigração.
Evitado pela elite política britânica e apoiado por financiadores eurocéticos, Farage desempenhou um papel crucial na promoção do Brexit entre os eleitores descontentes da Inglaterra e do País de Gales, que se sentiam negligenciados pelos principais partidos políticos.
Embora tenha uma formação educacional privilegiada e experiência como negociante de commodities, Farage construiu uma imagem de rebelde antiestablishment. Ele sobreviveu a um câncer testicular e a um acidente de avião, adicionando ainda mais resiliência à sua trajetória política.
Farage assumirá a liderança do Partido Reformista, sucedendo a Richard Tice, que expressou o desejo de impulsionar a campanha eleitoral do partido. Nas eleições gerais de 2019, o partido de Farage optou por não concorrer contra os conservadores, liderados por Boris Johnson, a fim de evitar a fragmentação do voto pró-Brexit.
As pesquisas indicam que o Partido Trabalhista está à frente nas intenções de voto, com os conservadores enfrentando desafios históricos. O Partido Reformista detém aproximadamente 10% de apoio nacional, mas, devido ao sistema eleitoral britânico, a conquista de cadeiras é um desafio.
Sob pressão, Sunak tem buscado conquistar os eleitores atraídos pelos reformistas, adotando políticas como cortes de impostos para aposentados e a reintrodução do serviço nacional. Seu plano de enviar requerentes de asilo ilegais para Ruanda também visa atrair eleitores descontentes.
Fonte: @ Agencia Brasil
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