O medo do desempenho dos mercados de capitais é antigo, devido à atenção excessiva aos resultados de curto prazo. Principalmente em países com baixo hábito de poupança e acostumados a altas taxas de retorno em aplicações bancárias.
O pessimismo em relação ao desempenho do mercado de capitais é uma realidade constante, muitas vezes devido ao foco excessivo nos resultados imediatos. Especialmente em nações com baixo índice de poupança nesse mercado de capitais, e mais habituadas a ganhos expressivos em investimentos bancários, como o Brasil. As plataformas digitais e a propagação da desinformação que promovem intensificaram essa situação.
A diversificação dos investimentos é essencial para mitigar riscos nos mercados financeiros. A bolsa de valores é um ambiente dinâmico, sujeito a flutuações que demandam estratégias sólidas. É fundamental buscar conhecimento e orientação especializada para navegar com segurança nesse universo de oportunidades e desafios.
Mercado de Capitais: Reflexões sobre os Mercados Financeiros
Parece que estamos constantemente à beira de uma possível catástrofe, navegando descontroladamente em direção ao desconhecido, quase como se estivéssemos prestes a cair em um abismo. E nesse cenário caótico, não podemos ignorar a relevância dos ‘clickbaits’ – aquelas manchetes enganosas que inundam a internet, antes restritas à imprensa sensacionalista e agora presentes até nas fontes mais respeitáveis.
Tomemos como exemplo o desempenho das ações na B3 durante o ano de 2024. Até o momento, o Ibovespa tem apresentado um dos piores desempenhos – se não o pior – entre os principais índices das bolsas de valores globais, quando avaliado em dólares. Isso se deve à combinação de um desempenho fraco em reais (com queda de quase 10%) e à valorização do dólar americano (com aumento de mais de 12%).
Imediatamente, as redes sociais e parte da mídia apontaram o mau desempenho do Ibovespa para a postura do Governo Lula em relação a diversos temas considerados cruciais para o mercado de capitais. As críticas são variadas e pertinentes, abrangendo desde a deterioração da situação fiscal até as intervenções na Petrobras, passando pela nomeação de figuras políticas em conselhos de administração, entre outros.
É interessante notar que em 2023, as bolsas de valores tiveram um desempenho excepcional em todo o mundo, incluindo o Brasil. Considerando a valorização do Real, o Ibovespa cresceu quase 34% em dólares, cerca de dez pontos percentuais acima do S&P 500, que reflete o desempenho das 500 maiores empresas listadas nos EUA.
Nos quatro anos anteriores, de 2019 a 2022 – ou seja, durante o governo Bolsonaro -, o Ibovespa acumulou um aumento de quase 25%. No entanto, devido à valorização do dólar, houve uma depreciação de quase 20% em dólares. Mesmo em anos eleitorais, como em 2022 com Lula liderando as pesquisas, houve oscilações no mercado, mas não necessariamente relacionadas ao mercado de capitais.
É inegável que o Governo Lula tem impactado a confiança nos mercados financeiros diariamente. Com mudanças frequentes na Petrobras e um enfoque distinto de Bolsonaro, ambos os presidentes têm abordagens diferentes em relação ao mercado de capitais. Enquanto Lula se destaca na Reforma Tributária, Bolsonaro foca na Reforma da Previdência, ambas aprovadas de maneira possível, mas não ideal.
Tanto Lula quanto Bolsonaro têm delegado responsabilidades importantes, mas nem sempre conseguem enxergar o que é essencial para o desenvolvimento a longo prazo no mercado de capitais. É fundamental que as ações do governo se alinhem com as necessidades e expectativas do mercado de capitais para garantir um desempenho sólido e estável.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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