Primeiro óbito de bebê em 3 anos alerta para aumento global de casos. Reforço na orientação para vacinação e vigilância permanente.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou hoje a importância da vacinação de gestantes e crianças contra a coqueluche. A recomendação foi feita após a notícia do falecimento de um bebê de 6 meses, em Londrina, no Paraná, na semana passada. Este foi o primeiro caso fatal de coqueluche no Brasil em três anos.
A coqueluche é uma doença infecciosa caracterizada por tosse comprida e paroxística, podendo levar a complicações graves, especialmente em bebês. A vacinação é essencial para prevenir a propagação da coqueluche e reduzir os picos de prevalência da doença na população.
Orientação para Vacinação e Vigilância Permanente
De acordo com a ministra, o incidente ‘não acende um alerta’, porém reforça ‘uma constante vigilância em relação a qualquer complicação de saúde’. Nísia Trindade expressou pesar pela perda do bebê no Paraná. ‘É uma enfermidade evitável por meio de vacina, então recomendamos enfaticamente a imunização’, aconselhou.’Estaremos monitorando e trabalhando para prevenir novos casos’, acrescentou a ministra, que participou, no Rio de Janeiro, de uma reunião sobre o enfrentamento global de novas epidemias. O Paraná também está investigando se o óbito de um bebê de 3 meses, em Irati, no sudeste do estado, pode estar relacionado à coqueluche. Até meados de junho, o estado havia registrado 24 casos da coqueluche. No ano anterior, foram 17. No Brasil, o último pico epidêmico foi em 2014, com 8.614 casos confirmados. O país e o mundo estão enfrentando um aumento nos casos. Crianças pequenas, também conhecida como ‘tosse comprida’, a coqueluche é uma doença infecciosa aguda respiratória altamente contagiosa. A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas liberadas ao tossir, espirrar ou falar. Os sintomas principais incluem febre, mal-estar, coriza e tosse seca, por vezes intensa.’Na criança pequena, é muito característico com aquela respiração que é um guincho, uma falta de ar, um ruído respiratório’, explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri. O especialista menciona que a doença afeta a todos, porém é preocupante quando atinge crianças pequenas.’A coqueluche é particularmente grave na criança pequena, no bebê no primeiro ano de vida. Justamente na idade em que ele ainda não completou seu esquema vacinal.’ De acordo com Kfouri, no Brasil e no mundo, a doença geralmente apresenta picos de prevalência, que ocorrem a cada cinco a sete anos. Desta vez, o intervalo foi maior devido à pandemia de covid-19, quando o distanciamento social e medidas de proteção, como o uso de máscaras, contribuíram para reduzir as infecções. Ele explica que as ondas de casos ocorrem devido à falta de imunidade duradoura causada pela infecção e vacinação, resultando em períodos em que mais pessoas estão suscetíveis à infecção. O infectologista aponta que o aumento recente nos casos se deve à cobertura vacinal infantil não ideal e mutações na cepa da bactéria Bordetella pertussis, responsável pela doença. Esquema Vacinal As vacinas contra a coqueluche fazem parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Além de bebês, gestantes e puérperas podem receber a vacina. O esquema vacinal inicial para bebês consiste em três doses aos 2, 4 e 6 meses, com a vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b. As doses de reforço com a vacina DTP (contra difteria, tétano e coqueluche), conhecida como tríplice.
Fonte: @ Agencia Brasil
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