Mustafá foi indicado pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, para liderar o novo governo temporário. A ANP exerce controle geral sobre partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
O novo primeiro-ministro palestino nomeado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, é Mohammad Mustafa, anunciado nesta quinta-feira (14). A ANP exerce uma governança limitada sobre partes da Cisjordânia, onde os palestinos buscam a independência.
A palestina enfrenta desafios políticos e econômicos, com a população lutando por seus direitos e por um futuro melhor. A nomeação do novo primeiro-ministro palestino traz expectativas de mudanças positivas para a palestina.
Novo líder palestino para a Cisjordânia
Mohammad Mustafa, de 69 anos, é um economista palestino formado nos Estados Unidos e é conselheiro econômico de Abbas de longa data, segundo a Reuters. Ele vai liderar a parte da Cisjordânia ocupada por Israel em meio a tratativas para que a ANP, reconhecida internacionalmente, administre a Faixa de Gaza após a guerra do Estado de Benjamin Netanyahu contra o grupo terrorista Hamas.
O antecessor de Mustafá, Mohammad Shtayyeh, renunciou em fevereiro ao cargo que ocupava desde 2019. Shtayyeh disse que Gaza precisará entrar em uma nova fase de governo por conta da nova realidade na região e, por isso, decidiu renunciar.
(Leia mais sobre o caso abaixo) Ainda não se sabe se a nomeação de um novo gabinete liderado por um aliado próximo de Abbas seria suficiente para atender às demandas dos EUA por reformas, já que o presidente da ANP ainda continuaria no controle geral da organização.
Renúncia de Mohammad Shtayyeh
O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, renunciou ao cargo em fevereiro. Ele é integrante da Autoridade Nacional Palestina (ANP), partido formado há 30 anos que exerce uma governança limitada sobre partes da Cisjordânia ocupada. ‘Apresentei a demissão ao líder [da ANP, Mahmoud Abbas] em 20 de fevereiro e a submeto hoje [26 de fevereiro] por escrito’, afirmou Shtayyeh, antes de explicar que a decisão acontece ‘à luz dos fatos relacionados com a agressão contra a Faixa de Gaza e a escalada na Cisjordânia e Jerusalém’. Desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro de 2023, o líder da ANP tem sido criticado por sua ‘impotência’ diante dos bombardeios israelenses na Faixa e do aumento da violência na Cisjordânia ocupada.
Há cerca de 17 anos, a liderança palestina está dividida entre a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza. ‘[O novo momento] exigirá acordos governamentais e políticos que levem em conta a realidade emergente na Faixa de Gaza, bem como a necessidade urgente de um consenso palestino’, afirmou Shtayyeh. Além disso, ‘é necessária a extensão da Autoridade Nacional Palestina sobre todo o território’.
Desafios na Autoridade Nacional Palestina (ANP)
Israel prometeu destruir o Hamas e diz que, por razões de segurança, não aceitará o domínio da Autoridade Nacional Palestina (ANP) sobre Gaza após a guerra, que já matou cerca de 1.200 israelenses e quase 30 mil palestinos. A ANP deveria funcionar como um órgão de governo temporário de todos os territórios palestinos. Formado pelo líder, primeiro-ministro e um conselho legislativo. E o maior partido político palestino, Fatah, e o grupo terrorista Hamas, poderiam disputar cadeiras. Porém, um conflito entre os dois partidos aconteceu após a última eleição para o Conselho Nacional Palestino, em 2006.
À época, o grupo terrorista ganhou as cadeiras do conselho. Porém, a vitória não foi aceita por Israel e pela União Europeia, que financiavam em parte a ANP. Os países impuseram sanções, que acirrou a rivalidade entre os partidos locais. Tanto que o Fatah dissolveu o conselho, ficando com o controle da ANP na Cisjordânia — onde tinha sua maior base de apoio — e o Hamas formou um governo próprio e tomou controle da Faixa de Gaza.
Busca por unidade palestina
O Fatah — partido de Shtayyeh — e o Hamas têm feito esforços para chegar a um acordo sobre um governo de unidade para controlar a Faixa de Gaza. ‘A renúncia de Shtayyeh só faz sentido se ocorrer um acordo de consenso nacional sobre os preparativos para a próxima fase [de Gaza]’, disse Sami Abu Zuhri, o integrante da alta cúpula do Hamas, à Reuters.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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