Universidade investiga se montante pode ser maior. Auditoria constatou transferências indevidas. Medidas serão tomadas pela responsável.
O Ministério Público Estadual (MP-SP) solicitou à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e à Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) prestações de contas referentes aos desvios de verbas de pesquisa no Instituto de Biologia (IB), divulgados em janeiro deste ano. Em um primeiro momento, um levantamento realizado pela instituição apontou no mínimo, R$ 1,9 milhão em desvios de verbas. A Unicamp comunicou ao Ministério Público de Campinas que uma nova auditoria revelou que esse montante pode chegar a R$ 3.04 milhões. No entanto, é possível que o valor desviado seja ainda maior.
Diante da gravidade dos fatos, é fundamental que as instituições envolvidas esclareçam os desvios de verba identificados e adotem medidas para evitar novas ocorrências. A transparência e a prestação de contas são essenciais para garantir a integridade e a confiança no uso dos recursos destinados à pesquisa. É imprescindível que sejam tomadas providências efetivas para coibir qualquer desvio de verbas e garantir a correta aplicação dos recursos públicos.
Novas descobertas de desvios de verbas
Um recente levantamento realizado pela Fapesp revelou que houve desvios de verbas no valor de R$ 5 milhões em transferências suspeitas. A auditoria constatou que parte desse montante pode ter sido apropriado indevidamente, levantando sérias suspeitas sobre a conduta da ex-funcionária da universidade Ligiane Marinho de Ávila, responsável por operacionalizar os pagamentos dos pesquisadores.
A investigação em andamento
De acordo com informações obtidas pelo g1, Ligiane Marinho de Ávila deixou o país em fevereiro e ainda não há previsão de retorno. Sua demissão em dezembro de 2023 levantou ainda mais suspeitas sobre os possíveis desvios de verba ocorridos durante sua gestão. A demora na apuração dos fatos tem preocupado o Ministério Público, que alerta para o risco de dilapidação dos valores.
Posicionamento das instituições envolvidas
Tanto a Unicamp quanto a Fapesp estão colaborando com as investigações. A Unicamp afirmou que o caso está sendo apurado em sindicância administrativa e que tomará as medidas necessárias após a conclusão das investigações. Já a Fapesp respondeu às solicitações do Ministério Público, ressaltando que parte das informações está sob responsabilidade da fundação, enquanto outras dependem dos pesquisadores e de suas instituições.
Desdobramentos internacionais
Além das investigações locais, a Polícia Civil está apurando o possível crime de peculato relacionado aos desvios de verba. Ligiane Marinho de Ávila, suspeita de envolvimento nos desvios, encontra-se fora do país e seu advogado solicitou que seu depoimento seja realizado por videoconferência. A suspeita deixou o Brasil logo após a descoberta dos desvios, embarcando para a França.
Continuidade das investigações
A Polícia Civil segue com as diligências no 7º Distrito Policial de Campinas, ouvindo suspeitos e coletando provas relacionadas aos desvios de verba na Unicamp. A instituição reafirmou seu compromisso com a apuração dos fatos e tomará as medidas cabíveis após a conclusão da sindicância administrativa. A defesa de Ligiane ainda não se pronunciou sobre as acusações até o momento.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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