Mudanças na transição energética e interações sociais geram insegurança sobre o futuro, afetando comportamentos intergeracionais e reordenamento das cadeias de cooperação militar.
Em um mundo em constante evolução, as mudanças são uma realidade inegável. Stephen Hawking, um dos mais renomados cientistas das últimas décadas, certa vez destacou a importância da adaptação em um contexto de transformações constantes. Sua frase, “Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança“, é um lembrete oportuno para refletirmos sobre o papel do Brasil em um cenário global em constante mutação.
No Brasil, as mudanças são uma realidade que afeta todos os setores da sociedade. Para se manter competitivo, o país precisa estar preparado para absorver as transformações tecnológicas e econômicas que ocorrem em escala global. Isso exige uma capacidade de adaptação e inovação, permitindo que as empresas e instituições sejam mais eficientes e eficazes. Além disso, as alterações climáticas e ambientais também exigem uma resposta rápida e eficaz, para minimizar os impactos negativos e promover um desenvolvimento sustentável. Inovações tecnológicas e sociais são fundamentais para enfrentar esses desafios e garantir um futuro próspero para o Brasil. A capacidade de se adaptar é a chave para o sucesso.
Um Mundo em Constante Transformação
Vivemos em um mundo que está passando por mudanças profundas e aceleradas, que abrangem desde as inovações tecnológicas e a capacidade computacional exponencial, até a transição energética, fenômenos ambientais mais intensos e frequentes, transições demográficas rápidas, com mais idosos e menos jovens, alterações profundas nas formas de interações sociais e informações cada vez mais difusas, chegando a comportamentos e preferências intergeracionais super-heterogêneos. Todas essas mudanças, que correm em paralelo, misturando-se e interagindo entre si, produzem uma sensação coletiva de imprevisibilidade e, como consequência, um sentimento natural de maior insegurança sobre o futuro, sobre as dinâmicas sociais e economias vindouras.
Implicações das Mudanças para a Economia
Colocado este panorama desafiador, e que tudo indica ser irreversível, com tendência a se consolidar como o novo normal dos próximos anos, é essencial refletir sobre as implicações desse ‘mundo novo’ para compreensão dos novos paradigmas de atuação de cada agente econômico, as novas restrições impostas e, por consequência, as políticas econômicas e sociais adequadas para esse novo conjunto de restrições e demandas que aparecerão. Vamos tentar explorar alguns itens deste conjunto de transformações. A tendência à desglobalização, com resultante reordenamento das cadeias produtivas, está em curso desde o primeiro governo Trump, intensificada com a pandemia da Covid e com os tensionamentos geopolíticos presentes em várias áreas do globo nos últimos anos, além de uma cooperação e coordenação militares cada vez mais incertas para inibir conflitos regionais aqui e acolá.
Consequências da Desglobalização
Sem juízo de valor sobre as escolhas de cada país, a resultante final desse ambiente é uma economia global mais ineficiente, com estruturas produtivas mais fragmentadas e eventuais pressões inflacionárias, além de ter seu crescimento potencial agregado reduzido, mantidos os demais fatores constantes. A reação natural das empresas que operam globalmente nesse novo ambiente tende a ser por uma reavaliação de seus investimentos na direção de uma maior seletividade sobre as regiões em que deseja atuar, priorizando países onde há percepção de maior segurança e conhecimento das regras e das dinâmicas de negócios, o que tende a reduzir os fluxos de investimentos diretos e, por consequência, dos fluxos de capitais relacionados às atividades empresariais (dividendos, operações financeiras em mercados locais).
Impacto nas Economias Nacionais
Esse reordenamento de capitais tem alterado o padrão ao qual nos acostumamos por décadas, de crescente sincronia nos ciclos econômicos e financeiros entre os países, produzindo maior divergência de desempenhos e maior discrepância entre fluxos de capitais, tornando cada país mais dependente de suas próprias competências e conduções para se destacar em relação aos demais. Outros fatores também intensificam essa tendência a uma maior divergência entre ciclos econômicos e fluxos de capitais entre países, tais como: uso de recursos para a rápida transformação tecnológica em setores estratégicos, alterações nas interações sociais e comportamentos intergeracionais, e a necessidade de adaptação às mudanças climáticas e ambientais.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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