Espaço para discutir bem-estar, alimentação saudável e inovação, com foco em receitas clássicas, como o panetone, feito com massa madre, farinha de trigo e ritual natalino.
É Natal no ar, e com ele, as tradições mais queridas. O cheiro de pão fresco e o sabor doce do panetone são alguns dos sinais que anunciam a chegada da época mais mágica do ano. Enquanto as luzes e decorações começam a aparecer, há um detalhe que não pode faltar: a presença do panetone nas prateleiras dos supermercados.
Quando o panetone chega às lojas, é como se o Natal estivesse batendo à porta. É o momento de preparar a sobremesa mais tradicional da época, com o doce sabor do panetone como protagonista. É um momento de alegria e celebração, e o panetone é o ingrediente principal que faz tudo isso acontecer. É hora de se deliciar com o sabor do Natal!
O Panetone: Um Doce Natalino com Uma História Enigmática
O aroma característico do panetone nos transporta para o clima festivo do Natal, e mesmo que nem todos sejam fãs da receita clássica, é impossível imaginar as festas de fim de ano sem alguma versão desse doce. A receita clássica é um tema que sempre gera curiosidade, e é natural que se pergunte sobre a origem desse pão tão especial. No entanto, a história do panetone é envolta em mistério, como os fios de lâmpadas que precisamos desembaraçar ao montar a árvore de Natal.
De acordo com a lenda, o panetone nasceu no norte da Itália, mas mesmo lá, ninguém consegue determinar sua verdadeira história. Uma das histórias mais famosas diz que o panetone foi criado por um cozinheiro chamado Toni, que queimou a sobremesa do banquete de Natal de Ludovico Sforza, conhecido como ‘O Mouro’, no fim do século 15. Para não fazer feio, Toni teria sacrificado sua ‘massa madre’ (o ‘levain’ dos pães de fermentação natural) e inventado uma receita que incluía manteiga, uvas passas e frutas cristalizadas. O duque Ludovico teria sido o responsável por batizar o nome de ‘pane de Toni’.
Outras narrativas podem ser menos interessantes, mas talvez sejam mais verídicas. Uma delas foi registrada por Giorgio Valagussa, mentor dos jovens da casa Sforza, em 1470. Ele escreveu sobre o ritual natalino em que, nos lares das pessoas comuns, se aquecia na lareira um pão feito com farinha de trigo. Sempre se guardava para o ano seguinte uma fatia desse alimento, considerado especial porque, no resto do ano, os padeiros só podiam usar trigo para fazer o ‘pan de sciori’, dos senhores, também chamado ‘pan de ton’. Mas, nessa ocasião, o povo tinha direito a esse preparo, enriquecido com açúcar, ovos e manteiga.
O Panetone: Um Símbolo de Fartura e Abundância
O panetone é um símbolo de fartura e abundância, e seus ingredientes não eram os de todo dia. Para muitos brasileiros, poderiam não ser de dia algum: muitos torcem o nariz para as frutas cristalizadas. E daí vêm as variantes locais. A primeira foi responsabilidade de Carlo Bauducco, que notou que suas visitas separavam a fruta e inventou uma versão com chocolate, registrando o ‘Chocottone’. Hoje, porém, há de todo tipo: com recheio cremoso, trufado, de sorvete, de doce de leite, de cupuaçu e até salgado.
O panetone é uma tradição que não pode ser ignorada. Não importando qual versão se escolha – para a origem ou para a iguaria –, o panetone é um doce que carrega uma história de abundância e fartura. É um pão que simboliza a celebração do Natal e a união das pessoas. Então, com a moderação de sempre, não deixo de tê-lo à mesa no Natal, para recordar, ano a ano, a história de abundância que ele carrega.
Fonte: @ Veja Abril
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