Dom Pedro 2º tropeçou ao entrar no baile da Ilha Fiscal, em 9 de novembro de 1889, e brincou: “a monarquia tropeça, mas não cai”, ironizando a crise política e os movimentos republicanos que ameaçavam a monarquia.
No dia 9 de novembro de 1889, o imperador Dom Pedro 2º compareceu ao que seria o último baile de sua monarquia. Ao entrar no salão, ele tropeçou, mas rapidamente se reergueu e, com um sorriso irônico, disse: “a monarquia tropeça, mas não cai“. Essa anedota, que pode ou não ter acontecido, se tornou um símbolo perfeito daquele momento de transição.
A monarquia brasileira, que havia sido estabelecida pela dinastia de Bragança, estava prestes a chegar ao fim. O reinado de Dom Pedro 2º, que havia começado em 1841, estava sendo encerrado de forma abrupta. O imperador, que havia sido um símbolo de estabilidade e poder, agora via seu legado sendo questionado. A queda da monarquia seria um marco importante na história do Brasil, e o baile de 9 de novembro de 1889 seria lembrado como o último suspiro de uma era que estava chegando ao fim. O fim de uma era havia chegado.
A Queda da Monarquia
A monarquia brasileira chegou ao fim em 15 de novembro de 1889, após uma série de crises políticas e sociais que culminaram na proclamação da República. O baile da Ilha Fiscal, realizado poucos dias antes, é frequentemente lembrado como o último grande evento da monarquia. Mas o que foi esse baile e como ele se relaciona com a queda da monarquia?
O baile da Ilha Fiscal foi o ápice das chamadas ‘festas chilenas’, uma série de eventos realizados em homenagem aos oficiais do navio chileno Almirante Cochrane, que visitavam o Brasil em viagem diplomática. Durante dois meses, as autoridades brasileiras organizaram jantares, passeios turísticos, corridas de cavalo e regatas para os visitantes. O baile seria o mais opulento desses eventos, com um banquete que custou 250 contos de Réis, quase 10% do orçamento da Província do Rio.
A imprensa fez uma farta cobertura do evento, em grande parte de forma crítica. Os veículos de comunicação descreviam diariamente os eventos e os preparativos para as festas, e os republicanos questionavam e ironizavam os luxos e gastos. Naquele momento, os movimentos que se tornaram favoráveis à República já corriam fortes, diz Angela Alonso, professora associada do Departamento de Sociologia da USP e pesquisadora do Cebrap.
A Crise Política
A monarquia brasileira estava enfrentando uma série de crises políticas e sociais. Desde 1888, o Partido Republicano já tinha representação forte em vários Estados. Havia um grupo considerável de pessoas da elite urbana e latifundiários que queriam mais representação política. Ao mesmo tempo, os militares, que haviam vencido a Guerra do Paraguai, queriam mais espaço, e ficavam cada vez mais insubordinados.
O programa do chefe do governo, o visconde de Ouro Preto, não enfrentava esses problemas com eficácia. Além disso, o último gabinete ministerial havia sofrido uma série de acusações de corrupção. Por causa disso, opina a professora, a opulência das festas organizadas para os chilenos caiu especialmente mal na imagem pública do governo.
Enquanto a elite passeava com os chilenos, já acontecia a articulação entre militares e civis republicanos que levaria à proclamação da República. O baile da Ilha Fiscal foi o último grande evento da monarquia, e sua opulência e excessos foram vistos como um símbolo da decadência da monarquia.
O Fim da Monarquia
A monarquia brasileira chegou ao fim em 15 de novembro de 1889, com a proclamação da República. O imperador D. Pedro II foi deposto, e o marechal Deodoro da Fonseca foi proclamado presidente provisório da República. A monarquia havia chegado ao fim, e a República havia começado.
O baile da Ilha Fiscal é lembrado como o último grande evento da monarquia, e sua opulência e excessos são vistos como um símbolo da decadência da monarquia. A monarquia brasileira havia chegado ao fim, e a República havia começado. O reinado de D. Pedro II havia terminado, e a dinastia de Bragança havia sido deposta. O Brasil havia entrado em uma nova era, e a monarquia era apenas um capítulo da história.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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