BYD teve desaceleração no lucro líquido no último trimestre de 2022, devido a reduções de preços e margens, mesmo com recorde de 10,4 bilhões de yuans.
Os descontos oferecidos pela BYD foram essenciais para destronar a Tesla e se tornar líder global de vendas de carros elétricos. Contudo, os impactos financeiros negativos dessa estratégia já começam a se fazer presentes no balanço da empresa.
Agora, a empresa busca alternativas para lidar com as consequências das reduções de preços praticadas nos últimos meses. Mesmo diante dos desafios, a BYD mantém sua posição como referência no mercado de veículos elétricos.
Desaceleração nas reduções de preços da BYD
Na terça-feira, 26 de março, ao divulgar seu resultado referente ao quarto trimestre e ao ano de 2023, a fabricante chinesa reportou, entre outubro e dezembro, um lucro líquido de 8,67 bilhões de yuans (quase R$ 6 bilhões), o equivalente a uma alta de 18,6% sobre igual período, um ano antes.
Apesar do salto, esse foi o menor crescimento na última linha do balanço da BYD desde o primeiro trimestre de 2022. O montante também representou um recuo na comparação com o lucro de 10,4 bilhões de yuans (cerca de R$ 7,2 bilhões) reportado no terceiro trimestre do ano passado.
Já no resultado consolidado de 2023, o avanço no indicador foi de 80,7%, para 30,4 bilhões de yuans (pouco mais de R$ 21 bilhões), um recorde para a companhia. A cifra veio, no entanto, um pouco abaixo das projeções de analistas, que apontavam para 30,9 bilhões de yuans (R$ 21,4 bilhões).
Oferta de descontos impulsiona trajeto percorrido pela BYD
Segundo cálculos da agência Reuters, essa desaceleração vem na trilha de uma estratégia em que, ao longo de 2023, a empresa reduziu os preços, em uma média de 17%, de 13 modelos que representam 93% das suas vendas totais na China. Essa mesma abordagem ganhou uma marcha ainda mais acelerada em 2024, com descontos que, em alguns casos, chegaram a 21,6%.
Nesta semana, por exemplo, a BYD estabeleceu o preço inicial de uma nova versão do Seal, seu sedã elétrico, 5,3% abaixo do seu modelo antecessor. Nesse contexto, outras rivais, chinesas ou não, seguiram o mesmo caminho. Entre elas, a própria Tesla e players como Geely, Aion, Xpeng e Leapmotor. Entretanto, as reduções de preço praticadas por essas fabricantes estão bem abaixo da equação da BYD.
‘A última rodada de cortes de preços resultaria inevitavelmente em um impacto nas margens’, disse John Zeng, chefe de previsão de mercado para a China da consultoria britânica GlobalData, em entrevista à Reuters.
Lucro líquido recorde para a companhia
Ele ressaltou, porém, que esse efeito poderia ser amplamente compensado por um forte controle de custos da BYD e pelo crescimento das suas exportações a preços mais elevados, com um volume estimado de 300 mil a 400 mil unidades nesse ano.
Em 2023, a BYD vendeu um total de 3,02 milhões de carros elétricos e híbridos, sendo que, apenas no quarto trimestre, foram comercializados 526 mil veículos elétricos da marca, superando os 484,5 mil vendidos pela Tesla no período. Mesmo com esse ponto de atenção em seu balanço, as ações da BYD encerraram o dia de negociações na bolsa de Shenzhen, na China, com alta de 2,52%.
No ano, os papéis acumulam uma valorização de 10,9%. A empresa está avaliada em 615,2 bilhões de yuans. Relacionados Mercado global de veículos elétricos entra no modo ‘China contra a rapa’ ‘O futuro não será só elétrico, mas eclético’, defende CEO da Scania Brasil A venda dos carros elétricos está sem energia – e pode demorar a ‘recarregar’
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Fonte: @ NEO FEED
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