Julius Baer rebaixou recomendação devido a incertezas fiscais, revisões negativas nos lucros, juros altos e ajuste fiscal, afetando dívida pública, imposto de renda, déficit primário e Produto Interno Bruto.
Em um movimento que reflete a incerteza econômica atual, o banco Julius Baer também rebaixou a recomendação para as ações brasileiras de compra para neutra, devido às incertezas fiscais e ao impacto potencial do pacote fiscal nas empresas. Essa decisão foi motivada pelas possíveis revisões negativas nos lucros das empresas e juros altos por mais tempo, o que pode afetar a economia brasileira.
A decisão do banco Julius Baer é um reflexo da preocupação com o pacote fiscal e seu impacto nas finanças públicas. Além disso, o plano fiscal do governo também é visto com cautela, pois pode incluir um pacote de cortes que afete a economia. A incerteza em torno do pacote de gastos também é um fator que contribui para a rebaixação da recomendação para as ações brasileiras. A economia brasileira precisa de estabilidade para que as empresas possam crescer e se desenvolver. A implementação de um plano fiscal sólido é fundamental para que isso aconteça.
O Pacote Fiscal e Seus Impactos na Economia Brasileira
Morgan, que não aguardou mais pelo pacote fiscal, já está avaliando os possíveis efeitos na economia brasileira. Em contraste com o mercado acionário brasileiro, o Julius Baer considera que, apesar da deterioração fiscal, os títulos do Tesouro ainda são atraentes para investidores. O banco destaca que apenas 4% da dívida do país está em moeda estrangeira, o que reduz o risco de crises cambiais, e que o Brasil tem reservas internacionais robustas e prazos longos de vencimento.
O relatório do Julius Baer comentou o pacote de cortes de gastos, que também trouxe a proposta de isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, denominados ‘trabalhadores de baixa renda’. No entanto, essa combinação não convenceu os analistas de que a situação fiscal do país irá melhorar antes das eleições de 2026. Para o Julius Baer, embora o plano possa ajudar o governo a atingir a meta de zerar o déficit primário em 2025, ele não resolve o problema de longo prazo da dívida pública, que continua crescendo.
O Ajuste Fiscal e a Dívida Pública
Para estabilizar a dívida em relação ao PIB, seria necessário um ajuste maior, de cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o banco. O ajuste de R$ 71,9 bilhões, entre 2025 e 2026, é equivalente a 0,6% do PIB. Isso significa que o pacote fiscal, embora seja um passo na direção certa, não é suficiente para resolver os problemas fiscais do país. O Julius Baer considera que um pacote de gastos mais amplo e um plano fiscal mais robusto seriam necessários para estabilizar a dívida pública e garantir a sustentabilidade fiscal do Brasil.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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