Taxa Selic em 14,25% reduz atratividade das ações, mas oportunidades permanecem para investidores com tolerância a risco e paciência, considerando a política monetária e o Tesouro.
Em 2025, o mercado de ações pode ser um desafio para muitos investidores, mas a bolsa ainda oferece oportunidades de crescimento. De acordo com as previsões de 16 instituições financeiras consultadas pelo Valor Investe, o Ibovespa pode alcançar 142,5 mil pontos no fim do próximo ano, o que pode ser um sinal positivo para aqueles que estão dispostos a investir em ações.
No entanto, é importante lembrar que o mercado financeiro é altamente volátil e que a bolsa pode ser afetada por uma variedade de fatores, incluindo mudanças econômicas e políticas. A chave para o sucesso no mercado de valores é ter uma estratégia de investimento sólida e estar preparado para enfrentar os desafios que surgem. Além disso, é fundamental manter uma visão de longo prazo e não se deixar levar pelas flutuações diárias do mercado. Com uma abordagem cuidadosa e informada, é possível aproveitar as oportunidades oferecidas pela bolsa e alcançar seus objetivos de investimento.
O Cenário Desafiador da Bolsa Brasileira
O patamar projetado para o principal índice de ações da B3, que representa um ganho de 14,35% sobre o fechamento da última sexta-feira, pode não ser suficiente para atrair investidores, especialmente quando comparado com os ganhos oferecidos pela renda fixa. Analistas e gestores estão pessimistas com a bolsa brasileira devido ao aperto da política monetária, que pode tornar a renda fixa mais atraente e deixar as ações em desvantagem.
A escalada da taxa Selic até 14,25% em março do ano que vem, segundo a sinalização mais recente do Banco Central (BC), e as possibilidades de os juros subirem ainda mais tornam a renda fixa uma opção mais segura e rentável. Isso pode levar os investidores a questionar se vale a pena correr riscos em ações quando é possível obter retornos semelhantes com a renda fixa.
Considerada a expectativa embutida atualmente nos contratos futuros de juros, a aplicação no título Tesouro Selic teria retorno próximo de 14,64% nos próximos 12 meses. Isso significa que investir em ações agora é recomendável apenas para aqueles que têm alta tolerância à volatilidade e podem esperar mais de dois anos para colher ganhos.
O Impacto do Aperto Monetário no Mercado de Ações
De acordo com levantamento da XP, nos seis ciclos de apertos monetários que o Brasil atravessou nos últimos 20 anos, o Ibovespa caiu, em média, 7,3% em reais e 11,9% em dólares (considerado o impacto da desvalorização cambial). Isso sugere que o cenário para a bolsa pode ser pior do que as projeções coletadas mostram.
Desde que a Selic começou a subir, o Ibovespa já caiu 6,83% em reais e 16,3% em dólares até a última sexta-feira. No entanto, especialistas não acreditam que a bolsa esteja perto de atingir o fundo do poço. ‘Eu não cravaria que já se antecipou todo o risco de cenário para a bolsa hoje. Não sabemos em que patamar a Selic vai parar nesse processo contínuo de deterioração das expectativas para inflação e juros’, pondera Fernando Ferreira, estrategista-chefe e chefe de análise da XP.
As Perspectivas para a Bolsa em 2025
Para que investir na bolsa seja uma boa escolha em 2025, é preciso que as perspectivas de retorno estejam bem acima dos 15% nesse período. No entanto, as previsões majoritárias hoje, embutidas nos contratos futuros de juros, colocam a taxa perto dos 15% ao ano no começo de 2026, que é igualmente salgada, tanto para economia real quanto para os investimentos em bolsa.
O mercado de ações brasileiro está enfrentando um cenário desafiador, com a política monetária apertada e a taxa de juros em alta. Isso pode levar a uma redução na demanda por ações e a uma maior volatilidade no mercado. No entanto, é importante lembrar que o mercado de ações é cíclico e que as condições podem mudar ao longo do tempo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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