40,2% dos tiroteios com polícia ocorreram em áreas do tráfico e 4,3% em áreas de milícias.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Agentes de segurança atuam com mais frequência em regiões controladas por facções do tráfico de drogas do que em áreas dominadas por milícias na região metropolitana do Rio de Janeiro, revela estudo realizado pelo Geni-UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos) e pelo Instituto Fogo Cruzado.
As autoridades responsáveis pela aplicação da lei devem redobrar os esforços para garantir a segurança em todas as áreas da cidade, independentemente de quem exerça o controle. A cooperação entre as forças policiais e a comunidade é essencial para combater a criminalidade e promover um ambiente mais seguro para todos os cidadãos.
Estudo revela dados sobre a presença da polícia em áreas dominadas por criminosos locais
Segundo a pesquisa, 40,2% dos confrontos armados com a presença da polícia nos últimos sete anos ocorreram em regiões dominadas pelo tráfico, enquanto 4,3% aconteceram em áreas controladas por milícias. O estudo analisou o período de 2017 a 2023 e cruzou informações das bases de dados do Disque-Denúncia e do Fogo Cruzado, além de dados de operações policiais coletados pelo Geni-UFF e informações do ISP sobre mortes por intervenção de agentes do Estado.
A Polícia Militar destacou que suas ações são baseadas em análises das manchas criminais locais e que o combate aos grupos criminosos organizados é uma das principais metas. A corporação ressaltou a redução de 51% nas mortes por intervenção de agentes do Estado nos primeiros quatro meses de 2024 em comparação com o ano anterior.
A secretaria de Polícia Civil, por sua vez, afirmou desconhecer a metodologia da pesquisa, reforçando que suas ações são planejadas com base em inteligência e investigação. A região metropolitana do Rio registra em média 17 confrontos armados por dia, totalizando 38.271 ocorrências em sete anos, com 49% desses conflitos envolvendo a presença da polícia.
O pesquisador Daniel Hirata apontou que as milícias representam um perigo maior devido à sua atuação em diversos mercados, incluindo o ilegal, e por sua forte influência no Estado. Ele defendeu o investimento em inteligência na segurança pública para evitar confrontos desnecessários e destacou a importância da atuação policial com base em informações precisas.
O estudo também observou que os tiroteios entre facções e milícias raramente resultam em mudanças de domínio local, com apenas 5,4% dos territórios sofrendo alterações após conflitos armados. O Comando Vermelho foi identificado como a facção que mais ganha e perde territórios, seguido pelas milícias, evidenciando a complexidade das dinâmicas de poder nessas áreas.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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