Clube estuda medidas para amenizar dívidas de curto prazo e tenta convencer Conselho de Orientação a entrar com pedido de tutela de urgência cautelar na Justiça para recuperação judicial após due diligence.
O Corinthians enfrenta um desafio financeiro significativo, com dívidas que ultrapassam R$ 2 bilhões e contas bloqueadas sucessivamente. Diante desse cenário, a diretoria do clube busca soluções para equilibrar as finanças e evitar um colapso financeiro. Uma das opções em discussão é a apresentação de um pedido de tutela de urgência cautelar na Justiça, com o objetivo de suspender as execuções de dívidas do clube por um período de dois meses.
A medida visa dar ao Corinthians um fôlego para reorganizar suas finanças e encontrar uma saída para as obrigações e dívidas financeiras que o afligem. Com a suspensão das execuções, o clube poderá negociar com os credores e encontrar uma solução mais viável para quitar os débitos pendentes. Além disso, a diretoria também busca renegociar contratos e encontrar novas fontes de receita para aliviar a pressão financeira. A recuperação financeira é fundamental para que o Corinthians possa voltar a competir de forma eficaz no futebol brasileiro.
Plano de Renegociação de Dívidas
A diretoria do Corinthians está considerando uma estratégia para renegociar as dívidas de curto prazo, com o objetivo de ganhar tempo e força financeira para lidar com as obrigações financeiras do clube. Essa medida visa dar um alívio nas cobranças de curto prazo e evitar que as dívidas financeiras se tornem insustentáveis.
A possibilidade de adotar essa medida foi apresentada aos membros do Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) e também foi tema de debate no Conselho Deliberativo do Timão. No entanto, a ideia só deve prosperar se a diretoria conseguir o apoio dos conselheiros.
Consequências das Dívidas
A gestão do presidente Augusto Melo entende que, caso não adote essa medida, o clube seguirá com dificuldades financeiras em virtude dos bloqueios judiciais, que acabam por provocar um efeito ‘bola de neve’. Com as contas travadas, o Corinthians não consegue pagar outras obrigações e, assim, vê os problemas aumentarem.
O caso recente do processo do empresário André Cury é usado como exemplo para o convencimento interno. Nos últimos meses, o agente conseguiu penhorar receitas de premiações, vendas de atletas e saldos em contas bancárias do Timão.
Plano de Tutela de Urgência Cautelar
Para levar adiante o plano de tutela de urgência cautelar, o Corinthians conta com auxílio da consultoria Alvarez & Marsal, especialista em ações do tipo. No entanto, há o temor de que tal medida possa abrir espaço para um processo de recuperação judicial do Corinthians, algo que é rechaçado por Augusto Melo.
O presidente chegou a fazer um comunicado negando qualquer tentativa nesse sentido ou uma eventual migração para o modelo de SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Na visão de membros da cúpula corintiana, a recuperação judicial apresenta muitos riscos, especialmente pelo fato de a Justiça designar um administrador externo para cuidar das dívidas do clube.
Avaliação Interna
A avaliação interna no Timão é de que é possível reverter a situação sem um remédio tão amargo. Porém, segundo relatório da Comissão de Justiça do Conselho, o escopo do contrato entre Corinthians e Alvarez e Marçal contempla a avaliação de uma possível recuperação judicial por parte do clube, além de ‘Due Diligence’, mecanismo utilizado normalmente para a preparação para a venda de empresas ou clubes.
A Comissão de Justiça recomendou à diretoria o rompimento do contrato da Alvarez e Marsal. A ação cautelar pretendida pela diretoria prevê a renegociação de dívidas de curto prazo, com a possibilidade de alongar o período de pagamento ou até conseguir descontos.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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