Levantamento feito pelo observatório da população em situação de rua de São Paulo mostra que a maioria é negra, do sexo masculino, entre 18 e 59 anos.
Uma pesquisa realizada pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a população em situação de rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), mostrou que 300.868 indivíduos estão atualmente em situação de rua em todo o Brasil. Em dezembro de 2023, esse número era de 242.756 moradores de rua.
A situação da população vulnerável que vive sem moradia é alarmante, necessitando de ações urgentes para enfrentar esse desafio social. É crucial garantir políticas públicas eficazes para atender às necessidades dessas pessoas em situação de rua e proporcionar-lhes condições dignas de vida. A solidariedade da sociedade civil e o apoio do poder público são fundamentais para promover a inclusão e o respeito aos direitos desses moradores de rua.
Levantamento sobre a População em Situação de Rua em São Paulo
De acordo com o estudo, uma em cada três moradores de rua vive no estado de São Paulo, totalizando 126.112 pessoas. A capital paulista abriga 80.369 indivíduos nessa condição, representando um acréscimo de quase 24% em comparação com o ano anterior, quando o número era de 64.818 pessoas sem moradia.
Em uma entrevista à Agência Brasil, Robson César Correia de Mendonça, do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, confirmou o aumento da população vivendo nas ruas da cidade. Ele ressaltou que a região central da capital tem sido especialmente afetada por esse crescimento preocupante. A falta de políticas públicas específicas para a população vulnerável em situação de rua tem sido evidente, com relatos de abusos por parte da Guarda Municipal.
Mendonça enfatizou a necessidade urgente de políticas públicas direcionadas a essa população, destacando a importância de um engajamento sério por parte dos políticos para resolver essa questão complexa.
O levantamento, divulgado recentemente, baseia-se nos dados de junho do Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), que identifica os beneficiários de programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), fornecendo informações essenciais para o direcionamento de recursos do governo federal aos municípios.
No estado do Rio de Janeiro, o número de moradores de rua chega a 29.816, com a maioria deles, 21.023, na capital. Já em Brasília, a capital do país, 8.353 pessoas enfrentam essa situação de vulnerabilidade.
O coordenador do observatório, André Luiz Freitas Dias, explicou que o aumento significativo no registro de pessoas em situação de rua no CadÚnico reflete tanto a ampliação da base de dados quanto a carência de políticas públicas adequadas para essa população, como moradia, emprego e educação.
Perfil: Segundo o levantamento, 69% das pessoas em situação de rua registradas no CadÚnico são negras, a maioria do sexo masculino (85%) e com idade entre 18 e 59 anos (87%). A renda mensal desses indivíduos é de até R$ 109, e 14% possuem alguma deficiência, sendo que 42% não completaram o ensino fundamental.
Outras abordagens: A prefeitura de São Paulo questionou os resultados do levantamento realizado pelo observatório da UFMG, destacando a importância do Censo População em Situação de Rua, conduzido pela própria prefeitura em 2021, como base para suas políticas públicas.
Fonte: @ Agencia Brasil
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