Jovens gaúchos se livram de internação e processo fazendo curso de hip hop e gravando música, um movimento socioeducativa voltada à juventude, reconhecido pelo Prêmio Innovare da Justiça.
O Projeto de inclusão social, que completa vinte anos, é um dos mais importantes do Judiciário. A iniciativa, que começou em Porto Alegre em 2022, em parceria com representantes do movimento hip hop gaúcho, visa promover a transformação social por meio da arte e da cultura.
Com o objetivo de atender a mais de 240 adolescentes, o Projeto se tornou uma referência em ações de inclusão social. A Ação conjunta entre o Judiciário e o movimento hip hop gaúcho permitiu que os jovens tivessem acesso a oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Além disso, o Programa de inclusão social também contou com a participação de outros parceiros, que contribuíram para o sucesso da iniciativa. Um exemplo de sucesso que inspira outras ações de inclusão social no país.
Projeto Partiu Aula na Justiça: Uma Iniciativa Inovadora
O Projeto Partiu Aula na Justiça, uma ação socioeducativa voltada a jovens de Porto Alegre envolvidos em atos infracionais, foi premiado com o Prêmio Innovare, um dos mais importantes da área jurídica. A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, e contou com a presença de cinco ministros do STF, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, que entregou o troféu.
O Projeto Partiu Aula na Justiça venceu 103 concorrentes em sua categoria, Juiz, e foi representado por dois porto-alegrenses: o juiz coordenador do projeto, Charles Maciel Bittencourt, da Justiça Instantânea (JIN) da Infância e Juventude, e o rapper e educador social Rafael Diogo dos Santos, o Rafa Rafuagi, um dos articulares do hip hop de Porto Alegre na parceria.
Um Programa de Sucesso
O Projeto Partiu Aula na Justiça foi iniciado em 2022 e já formou 163 jovens. Até o final deste ano, serão 240 adolescentes concluintes das oficinas. O programa oferece uma opção para jovens apreendidos por tráfico e atos infracionais similares, livrando-os de processo e eventual medida socioeducativa de internação. Em vez disso, eles participam de aulas de cultura hip hop, escrevem um rap ou funk, gravam música e clipe, e recebem diploma após atingir a frequência mínima no curso.
O índice de reentrada no sistema judicial é baixíssimo entre os participantes do projeto. Além disso, os jovens que desejam seguir estudando têm prioridade em vagas no Senac, com bolsa. O Projeto Partiu Aula na Justiça é um exemplo de como a justiça pode ser mais eficaz e inovadora, oferecendo oportunidades para jovens que precisam de uma segunda chance.
Uma Conversa com o Juiz Charles Maciel Bittencourt
Após a premiação em Brasília, conversamos com o juiz Charles Maciel Bittencourt sobre o Projeto Partiu Aula na Justiça. Ele nos respondeu quatro perguntas sobre a premiação, o projeto e a importância do rap e funk na educação dos jovens.
‘Ontem foi muito especial, uma emoção muito grande de poder coroar o sonho de ter sido reconhecidos pelo trabalho com jovens que nós acabamos auxiliando nesta etapa da vida’, disse o juiz. ‘Muitas vezes se pensa no que é possível fazer, nós estamos dando uma resposta. E o projeto não quer apenas diminuir a reincidência, faz o jovem refletir.’
Sobre a opção pelo rap e funk, o juiz explicou: ‘Imaginamos que seria possível se tivesse uma linguagem próxima, uma conexão para que eles pudessem refletir e pensar naquela caminhada que eles estavam’. O Projeto Partiu Aula na Justiça é um exemplo de como a justiça pode ser mais inovadora e eficaz, oferecendo oportunidades para jovens que precisam de uma segunda chance.
Fonte: @ Terra
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